Metrô musical: banda de agentes anima passageiros na Estação Rodoviária

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Não é todo dia que um passageiro passa por uma estação do Metrô de Salvador e dá de cara com um grupo de seis pessoas, com instrumentos musicais, palco e cantores, dando voz a músicas que são sucessos do axé e que marcam os carnavais da capital. Essa é a proposta da Banda Agentes do Metrô, que voltou aos palcos nesta quarta-feira (26), na estação da Rodoviária, em celebração ao Dia do Metroviário. E quem passava por lá parava para saber de onde vinha o som, se empolgava com o embalo das canções e ia para casa depois um pouco mais feliz por ter dançado e cantado junto com os músicos. 

Após um período sem apresentações devido à pandemia, o grupo retornou com as novidades com quatro novos integrantes. No repertório especial do show, foram tocados sucessos de axé que marcaram os Carnavais de Salvador, como Baianidade Nagô, além de músicas autorais, como o pagodão �??Bora de Metrô�?� e �??Meu sorriso rimando com o seu olhar�?�. A banda surgiu com o objetivo de proporcionar um dia melhor para as pessoas que passam pelo metrô todos os dias, muitas vezes voltando de um dia cansativo de trabalho ou com outros problemas para resolver. 

A banda é formada por 10 músicos, mas para o show desta quarta, o grupo se apresentou em uma versão pocket, com seis integrantes. O novo vocalista do grupo musical, Luciano Ricardo Santos, de 28 anos, trabalha como agente de atendimento e segurança no metrô e admite nunca ter trabalhado como cantor antes, mas que sempre gostou da arte. �??Não era algo que eu fazia, mas a gente esquece dos problemas quando canta. Aqui fazemos parte de um propósito, de algo maior, que é trazer alegria para os passageiros�?�, contou. 

Assim como Luciano, Priscila Abras, 29, também estava nervosa e realizaria a primeira apresentação na banda, mas como boa baiana que é, ela esbravejou um �??já nasci pronta�?� e subiu no palco confiante. �??Sempre gostei de música, vim de uma família de musicistas e já me apresentei em barzinho. Vamos trazer alegria para os clientes e ensaiamos três vezes para essa apresentação�?�, disse. 

O diretor musical e guitarrista da banda, Wilton Bandeira, 34,explicou que o grupo foi formado a partir do desejo de um antigo gestor em trazer alegria aos passageiros e, a partir disso, eles começaram a procurar trabalhadores da CCR Metrô que possuíam talentos musicais e que estavam espalhados pelas estações. �??Eu já vivi de música e fiquei com a responsabilidade de ser o produtor/diretor musical, então eu uni o útil ao agradável. Hoje fizemos um repertório de axé na Bahia e nossa próxima apresentação será no Flipelô, no Pelourinho�?� 

Quem estava passando pelo local foi André Araújo, 45, que trabalha como assistente social. Segundo ele, a cultura é importante na vida do baiano e de todos os brasileiros e é o que está faltando, principalmente na retomada pós pandemia. �??Chegar na estação e ter um show assim, aberto e gratuito, é sensacional, a música transforma, educa, marca a nossa história e muda o dia de alguém�?�, destacou. 

O professor Gilson Garcia, 48, também parou para cantar um pouco com a banda: �??Animou muito mais nosso dia, a gente não espera ter uma banda aqui, pego metrô sempre, então foi muito bom ter parado aqui, ficamos mais descontraídos, mais animados. Ter música é sempre bom�?�, pontuou. A auxiliar de dentista Andreia Almeida, 41, também estava dançando na estação, mesmo após um turno de trabalho exaustivo de mais de oito horas. �??Fiquei muito feliz em ter tido esse momento aqui, já dancei, cantei, gravei, é muito bom. Nós descansamos um pouco e nos sentimos um pouco mais leve�?�, expôs a passageira. 

A segurança do metrô Gleise Oliveira, 34, estava de folga do trabalho nesta quarta, mas se arrumou e decidiu prestigiar a apresentação dos colegas. Ela foi ao local com uma amiga e filha. �??Acho que é bom comemorar o nosso dia assim [Dia do Metroviário], estava de folga e vim só para assistir. Depois de tudo que passamos, dessa pandemia que deixou todo mundo triste, muita gente desenvolveu depressão e ansiedade, e esses momentos fazem a diferença, a pessoa foge um pouco da rotina do trabalho e consegue dançar um pouquinho�?�, destacou. 

O show integra o programa Bora de Metrô, da CCR Metrô Bahia, que apoia a arte e promove durante todo o ano no Sistema Metroviário eventos culturais e de entretenimento, além de serviços de saúde, beleza e bem-estar.. �??Estou muito feliz de aproveitar o Dia do Metroviário para retomar esse projeto muito importante, que reconhece os talentos dos colaboradores e traz a cultura baiana para o dia a dia dos passageiros�?�, comentou o diretor da CCR Metrô, André Costa.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo

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