O percentual de testes positivos para COVID-19, no Brasil, aumentou de 3% para 17% ao longo do mês de outubro. A informação é do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que acredita ser um forte indício para uma nova onda de casos da doença.
Segundo o 22º relatório do ITpS, apenas as faixas etárias abaixo de 19 anos têm positividade até 8%, enquanto nas demais, a taxa é acima de 19%. O pesquisador científico do órgão de saúde, Marcelo Bragatte, afirma que o crescimento não significa que aumentará o número de internações.
“É importante observar que o aumento de casos não levará necessariamente a um crescimento de hospitalizações, uma vez que boa parte da população está vacinada. Não é esperado que tenhamos o impacto das ondas anteriores. Mas recomendamos o uso de máscaras em locais com aglomeração”, disse.
Aumento significativo em três estados brasileiros
Entre os dias 22 e 29 de outubro, os três estados que mais apresentaram alta expressiva de casos foi o Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro. No primeiro, o percentual passou de 3% para 18%, enquanto no segundo, foi de 10% para 19%. Já o último o crescimento foi de 15% para 26%.
Em São Paulo, as novas internações em UTI para COVID-19 aumentaram 86,5%, do dia 17 de outubro até o último dia 31, enquanto as novas internações na região metropolitana cresceram 46% no mesmo período.
Minas Gerais, por sua vez, teve um aumento de 2% para 6%. Apesar disso, o instituto afirma que o número é bem menor comparado aos demais estados analisados.
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A hipótese levantada pelo professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Wallace Casaca, é de que a maior circulação de pessoas nas últimas semanas, por causa do período eleitoral e retorno do trabalho presencial, pode ter provocado o aumento de casos.
Variantes
Ainda segundo o ITpS, os testes RT-PCR Thermo Fisher, usados pelos laboratórios parceiros, apontaram que as variantes Ômicron, BA.4 e BA.5 em 93,5% das amostras positivas na última semana — no início de outubro o percentual era de 97,9%. Casos possíveis de outras variantes, incluindo a Ômicron BA.2, representam 6,5%.
O órgão de saúde alega que variantes como a BA.4 e BA.5 dominam os cenários das infecções desde o início de junho. Elas substituíram a BA.2, que foi a última e principal variante com perfil SGTP (S gene target positive) que circulou no país este ano.
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Na última semana, casos prováveis de BA.4 e BA.5 foram identificados em 301 municípios de 21 estados. Os dados são principalmente da região Sudeste e, por isso, há mais casos na região.
A atuação do ITpS
O ITpS é uma entidade sem fins lucrativos e foi criada em fevereiro de 2021. O objetivo da instituição é ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que ajudem no preparo para o enfreamento de futuras emergências sanitárias, como epidemias, surtos e pandemias.
Entre os parceiros institucionais, estão a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
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