Turbilhão Feminino: Consciência Negra no Esporte Feminino

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Durante todo o mês de novembro, os olhares se voltam para as celebrações da Consciência Negra. De acordo com o último Censo do IBGE, 56% da população brasileira é negra e as mulheres negras representam, aproximadamente, 28% dessa porcentagem. Desde o período pós escravidão, momento em que o povo negro foi deixado à margem da sociedade, que as batalhas vêm sendo vencidas dia após dia, enfrentando humilhações e a dor do racismo. Tudo para conquistar um espaço digno na sociedade. 

 

Sobre as mulheres negras, elas ainda enfrentam inúmeras barreiras com relação à educação, trabalho e saúde; ainda possuem salários menores e são maioria entre os desempregados. No esporte este cenário não é diferente. Mas apesar de estarem em menor número e os salários continuarem desiguais, estão sempre se destacando, fizeram e fazem história elevando o nível do esporte brasileiro e trazendo para o país medalhas e recordes. As conquistaram chegaram, mas ainda há muito a ser feito. E é por isso que a Consciência Negra deve ser lembrada todos os dias e não somente no dia 20 de Novembro, pois as lutas por respeito, igualdade e dignidade devem ser pautadas o ano inteiro. 

 

Nesse mês de reflexão, nós do Turbilhão Feminino, queremos homenagear algumas atletas negras que fizeram e fazem história no esporte mundial, também com lutas e barreiras pessoais: 

 

Melânia Luz

A paulista Melânia Luz era velocista e foi a primeira mulher preta a integrar a delegação brasileira nas olimpíadas de Londres em 1948 e também integrou a primeira equipe feminina de atletismo que representou o país no torneio. Competiu até o ano de 1998 com 70 anos de vida. 

 

Irenice Rodrigues

A mineira Irenice Rodrigues enfrentou os políticos da ditadura militar para poder disputar os jogos panamericanos de Winnipeg, no Canadá, em 1967. Bateu o recorde Sul-americano na competição e protestou contra as más condições dadas aos atletas, principalmente os negros. Seus registros foram eliminados após fazer greve contra o COB – Comitê Olímpico do Brasil (ex-Conselho Nacional de Desportos), onde foi desligada das Olimpíadas de 1968.

 

Fofão

Hélia Pinto, ex-levantadora da seleção brasileira de vôlei, mais conhecida como fofão, foi convocada pela primeira vez aos 17 anos, em 1993, e, de lá para cá, conquistou três medalhas olímpicas: bronze em Atlanta (1996), bronze em Sidney (2000) e ouro em Pequim (2008). Com esses feitos, sagrou-se como a primeira mulher do vôlei nacional a participar de cinco edições dos jogos olímpicos. Aposentou-se em 2015 com 30 anos de carreira.

 

Formiga

Miraildes Maciel Mota, mais conhecida como Formiga, pode ser considerada a jogadora de futebol com a carreira mais longa, na história do futebol feminino. Nascida em Salvador, ela é a única jogadora a disputar todas as edições de jogos olímpicos e da copa do mundo da modalidade. Em outubro de 2019, jogando pelo PSG, e foi considerada a jogadora mais velha a marcar um gol em uma partida da UEFA Champions League. Seu apelido era “Formidável”. Hoje, aos 44 anos, ainda joga profissionalmente pelo São Paulo e deve se aposentar no fim de 2022.

 

Rebeca Andrade

A ginasta paulista Rebeca Rodrigues de Andrade ficou conhecida por alcançar algumas conquistas inéditas: ser a primeira ginasta campeã olímpica do Brasil e da América Latina (Tóquio 2020); ser a primeira atleta brasileira a ganhar duas medalhas numa mesma edição das olimpíadas (Tóquio 2020); e, atualmente venceu o campeonato mundial de ginástica em Liverpool (2022). Tem 23 anos e ainda pretende trazer muitas medalhas para o Brasil.

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