Não é só futebol: torcedores aproveitam comida e cultura árabes em point de Doha

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Ao desembarcar em Doha, capital do Catar, você certamente ouvirá falar neste nome: Souq Waqif. É o point mais procurado por turistas e, durante a Copa do Mundo, tem se tornado o grande ponto de encontro de torcedores de todas as seleções. 

Na sexta-feira (25), por exemplo, o empate de 0x0 entre Inglaterra e Estados Unidos se tornou coadjuvante diante de um espetáculo promovido por torcedores de diversos países.

Antes de prosseguir, uma contextualização: ‘Souq’ é como são chamados os grandes e tradicionais mercados em boa parte das cidades árabes. ‘Waqif’ significa ‘em pé’ em árabe e se refere à forma como os comerciantes trabalhavam até a década de 1970. Em pé porque era muito comum o local ficar inundado, uma vez que as águas do Golfo Pérsico chegavam até lá, antes da construção de um calçadão à beira-mar, hoje chamado de Corniche.

Ao chegar ao Souq Waqif, a sensação é de um teletransporte para cenários que estamos acostumados a ver, principalmente, em filmes bíblicos. A cor bege das paredes de barro e vigas de madeira expostas dão o tom rústico ao mercado e, quando chega a noite e as luzes se acendem, o local ganha cores e visitantes em grande escala.

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Mercado vende artesanato, souvenir, tecido, entre outros itens
(Foto: Victor Pereira)

O fluxo de torcedores é impressionante. Desde família com idosos e crianças para uma programação mais leve, como um simples jantar, até jovens fantasiados e pintados com as cores do seu país enlouquecidamente agitados entoando cânticos de futebol.

Nas ruas do Souq, é possível encontrar de tudo: artesanato, souvenir, tecido, ouro e, principalmente, gastronomia dos países árabes. Quem é indeciso, certamente, terá uma boa dúvida. A cada passo, um restaurante de um país diferente. O que há em comum em quase todos são as longas filas de espera e a luta por uma mesa.

A maioria das pessoas prefere ficar no terraço, uma área externa e ao ar livre. Desta forma, é possível, além de desfrutar dos pratos e ter um agradável jantar, também assistir ao espetáculo proporcionado pelas torcidas. É um momento em que é possível encontrar grupos de marroquinos chacoalhando bandeiras e cantando em uníssono; argentinos desfilando com um bandeirão, instrumentos de percussão e sinalizadores e fazendo um ‘esquenta’ para a partida decisiva deste sábado contra o México; e até brasileiros em uma roda de samba, em frente ao Damasca One, o restaurante sírio mais famoso do local.

“Cara, é um local extraordinário. A cultura árabe está bem presente aqui. É muito belo, uma riqueza de detalhes culturais e uma miscigenação de povos que só a Copa do Mundo proporciona”, disse o empresário paulista Rodrigo Ceregatti, enquanto outros 15 amigos batucavam e cantavam ‘Isto aqui o que é?’, de João Gilberto, atraindo admiradores que tiravam fotos e registravam o momento em vídeos.

“Em um espaço que não é tão grande, muita história e, atravessando coisa de 5 metros, você come de tudo. O homus, até agora, sem dúvida nenhuma, com aquela carne moída e especiarias, é a melhor comida”, sugeriu Ceregatti.

E convenceu. Nossa reportagem se determinou a seguir a dica do empresário de Campinas (SP), mas foi difícil encontrar um restaurante sem fila de espera. Tinha lugar no Layali Alqahira, um restaurante egípcio, que servia de entrada o famoso homus com pães asmos e, de prato principal, um shish kebab, que nada mais é do que um churrasquinho de carne de cordeiro, com especiarias árabes, acompanhado de batata frita e um refrigerante ao preço total de QR 70 (cerca de R$ 105), que é, de fato, o valor médio de uma refeição em Doha.

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