Zero novidade: Seleção Brasileira já teve 3 técnicos estrangeiros

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Quem será o novo técnico da Seleção Brasileira? Desde a eliminação na Copa do Mundo do Catar – e consequente confirmação da saída de Tite -, a pergunta vem sendo martelada. O anúncio só será feito em janeiro do ano que vem, e Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, já disse não ter pressa para definir o treinador.

Até lá, alguns nomes serão analisados. Com o sucesso recente de técnicos estrangeiros no Brasil, é cogitado que o novo comandante seja de outro país. O espanhol Pep Guardiola, do Manchester City, é visto como impossível, mas os portugueses Abel Ferreira, do Palmeiras, e Jorge Jesus, ex-Flamengo, são possíveis candidatos.

A decisão, aliás, será pessoal e exclusiva do presidente da CBF. “Não falo nem com os meus familiares sobre esse assunto. Por isso, nenhum dirigente ou funcionário da CBF está autorizado a falar do futuro da Seleção. Quem falar sobre isso, não estará dizendo a verdade, além de causar danos ao trabalho da imprensa e levar desinformação aos torcedores. Isso é um desrespeito. Todo o processo será feito com total isenção, tempo e estudo necessários”, disse Rodrigues, em nota emitida pela CBF na última segunda-feira (12).

Apesar de, nos últimos anos, a Seleção ter sido comandada por um brasileiro, engana-se quem pensa que um estrangeiro no cargo seria inédito. Aliás, três técnicos de outros países já treinaram os canarinhos, incluindo até um argentino.

Ramón Platero

O pioneiro foi Ramón Platero, do Uruguai, que esteve à frente da equipe no Sul-Americano de 1925. Inicialmente, o treinador escolhido pela CBD (a CBF da época) era Joaquim Guimarães. Mas ele acabou ficando com o papel de diretor técnico. Assim, o treinador de campo, na verdade, foi Platero, segundo descrito no relatório da entidade.

O uruguaio tinha plenos poderes para convocar os jogadores e escalar a equipe, sem qualquer interferência dos cartolas. Assim, ele escalou o Brasil com força máxima para a competição, que foi disputada em um triangular, com turno e returno, contra Paraguai e Argentina. 

Pelo Sul-Americano, foram duas vitórias, ambas sobre o Paraguai (5×2 e 3×1), além de uma derrota (4×1) e um empate (2×2) com a Argentina. Entre as partidas, houve ainda um amistoso contra o Newell’s Old Boys, que também terminou com resultado igualado. Assim, Platero comandou a Seleção em cinco jogos.

Além de ser o primeiro treinador estrangeiro do Brasil, o uruguaio já tinha conseguido outro inusitado feito: comandou, ao mesmo tempo, os rivais Flamengo e Vasco. Isso ocorreu em 1922, quando o rubro-negro estava na primeira divisão do Campeonato Carioca, enquanto o cruz-maltino, recém-chegado ao esporte, disputava a segunda divisão.

Na sequência da carreira, Platero passou por vários clubes do eixo Rio-São Paulo, como Palestra Itália (hoje Palmeiras), Botafogo e Santos.

Joreca

O segundo estrangeiro que passou pela Seleção canarinha foi um português: Jorge Gomes de Lima, mais conhecido como Joreca. Nascido em Lisboa, mas radicado no Brasil, o luso esteve no cargo em 1944, em um clássico caso de ‘lugar certo na hora certa’.

A equipe estava sem treinador desde 1942. Na época, estava ocorrendo a Segunda Guerra Mundial e, com vários países em conflito, não havia muitas disputas para a Seleção. Mas, em 1944, a CBD resolveu fazer dois amistosos contra o Uruguai.

Assim, dois técnicos foram convidados: Joreca, que estava na época à frente do São Paulo, e Flávio Costa, treinador do Flamengo. Eles exerceram um comando em conjunto, e conseguiram duas goleadas: 5×1 e 4×0.

Apesar das vitórias, a dupla não vingou. Joreca voltou para o São Paulo, enquanto Flávio Costa foi efetivado no cargo. Ele permaneceu sozinho na Seleção até a derrota na final da Copa de 1950, quando o mesmo Uruguai venceu o Brasil no Maracanã. 

Já Joreca conquistou três edições do Campeonato Paulista (1943, 1945 e 1946) pelo São Paulo. Ele também dirigiu o Corinthians por 52 jogos, e morreu dois meses após ser demitido.

Filpo Nuñez

O caso mais recente aconteceu em 1965, quando o Brasil já tinha dois títulos mundiais no currículo. Na época, coube a um argentino, Nelson Ernesto Filpo Núñez, ter a honra de ser o terceiro (e, até agora, o último) estrangeiro no comando da Seleção. Mas ele não treinou Pelé ou outros campeões de 1958 e 1962. Na verdade, a situação foi similar a de Joreca. 

Naquele ano, haveria uma festa pela inauguração do Mineirão, e a CBD escolheu o Palmeiras para representar o Brasil na ocasião. O clube vivia uma das suas fases mais gloriosas e, com tamanha alta qualidade, a equipe tinha até o apelido de Academia de Futebol.

O timaço tinha jogadores como Valdir de Moraes, Djalma Santos, Ademir da Guia, Julinho Botelho, entre outros. E o treinador era, justamente, Filpo Núñez. Assim, ele teve a responsabilidade de comandar o Verdão no dia em que o time vestiu amarelo. O resultado foi positivo: vitória por 3×0. Núñez, aliás, é tio de Eduardo Coudet, ex-técnico do Inter.

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