Congresso aprova projeto que altera regras do orçamento secreto

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Projeto aprovado altera as regras de divisão do pagamento das emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto”.

Como foi a votação no Congresso
Na Câmara, 398 x 66, além de quatro abstenções;
No Senado, 44 x 20, com duas abstenções.

Com o texto, o Parlamento tenta dar uma resposta ao STF, que retomará o julgamento sobre a constitucionalidade do uso desses recursos na segunda-feira (19).

O placar está em 5 a 4 para derrubar o orçamento secreto. Ainda faltam os votos dos ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.

A expectativa é que essa aprovação sirva para convencer o STF a não acabar com as emendas de relator, uma vez que o projeto estabelece critérios de divisão e de transparência. O Congresso, inclusive, chegou a enviar a proposta à Corte no início da análise do mecanismo.

PL e PT beneficiados: O critério de proporcionalidade aprovado hoje beneficia as maiores bancadas das Casas.

Na prática, o partido de Jair Bolsonaro terá direito a uma fatia maior de recursos, por ter eleito o maior número de senadores e deputados nestas eleições.

A segunda maior bancada é a do PT. O texto, no entanto, não especifica como será a divisão dos recursos entre as bancadas —caberá a cada líder fazer essa distribuição.

O que diz o projeto? Exclui a categoria “usuário externo”, usado por prefeituras para solicitar emendas (e que oculta o nome do parlamentar que apadrinhava o repasse);

  • 15% vão para as cúpulas do Senado e da Câmara –7,5% para a Mesa Diretora de cada Casa, com indicações feitas pelos respectivos presidentes;
  • 5% para serem divididos entre o presidente e o relator da CMO (Comissão Mista de Orçamento);
  • 80% para indicação de partidos baseada no tamanho das bancadas (sendo um terço do total para as indicações no Senado e o restante para as da Câmara;
  • 50% do montante das emendas de relator deverão ser executados “em ações e serviços públicos de saúde, educação e de assistência social”.

Apresentada pelas mesas diretoras da Câmara e do Senado, as novas regras não dependem de sanção pelo Executivo. Elas entram em vigor imediatamente após a aprovação do Congresso Nacional.

O que é o orçamento secreto?

Presentes desde o Orçamento de 2020, as emendas de relator facilitaram o trabalho do governo de Jair Bolsonaro (PL) nas negociações com as bancadas do Congresso Nacional ao serem usadas em troca de apoio político.

Desde o ano passado, contudo, a verba se tornou central em escândalos de fraudes na compra de caminhões de lixo, ônibus escolares, tratores, ambulância, entre outros.

Caminho das emendas, que ficaram popularmente conhecidas como ‘orçamento secreto’. Arte: Uol

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