Negociação pela PEC ‘fura-teto’ segue mesmo com fim do orçamento secreto, afirma Haddad

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

Futuro ministro da Fazenda do governo Lula ressaltou que a aprovação do texto que pretende liberar um gasto de quase R$ 170 bilhões fora do teto é prioridade aos petistas

YURI MURAKAMI/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

Fernando Haddad foi candidato ao governo de São Paulo pelo PT e saiu derrotado na disputa contra Tarcísio de Freitas

Em cerimônia de anúncio de Anelize Almeida como chefe da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional no próximo governo Lula nesta segunda-feira, 19, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), aproveitou o ato para comentar sobre o fim do orçamento secreto e de que maneira o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as emendas de relator podem influenciar a tramitação da PEC ‘fura-teto’. Segundo o político derrotado nas eleições para o governo do Estado de São Paulo, a negociação “permanece” e o projeto segue sendo a prioridade para a futura gestão petista. “Sempre jogo no plano A, que é o plano que dá robustez, indica um caminho, vamos tomar medidas logo no começo do ano para resolver o rombo que foi herdado desse governo. Queremos a PEC, ela é importante, porque traz outras soluções e privilegia a política, o parlamento, para a saída de problemas. Mas se a Câmara não der conta de votar, a decisão do ministro Gilmar, que retira o Bolsa Família [atual Auxílio Brasil] do teto de gastos, não deixará o povo pobre na mão”, disse. Na visão do político, trata-se de uma “nova etapa” no relacionamento do Executivo com o Legislativo e que é “absolutamente possível construir uma alternativa que dê protagonismo [ao Congresso]” na condução do orçamento público, com transparência, discricionariedade, aderência das propostas dos parlamentares aos programas governamentais”.

De acordo com Haddad, o Congresso “pode e deve” ter participação na condução da política orçamentária, desde que “respeitados os princípios” descritos acima. “Mas nós vamos encontrar o caminho de fazer isso com a transparência que o orçamento público exige. [O governo Lula] não tem a menor intenção de retirar a participação do Congresso na condução dos interesses nacionais”, pontuou. Nesta segunda, o STF finalizou o processo que discutia a constitucionalidade das emendas de relator e derrubou a medida por entender que não havia legalidade na maneira como a indicação de recursos era realizada. A PEC ‘fura-teto’, no entanto, trata-se de uma proposta capitaneada pelos petistas para manter o Auxílio Brasil com um pagamento de R$ 600 aos seus beneficiários, além de um complemento de R$ 150 para famílias com crianças de até 6 anos. O impacto da medida é estimado em R$ 168 bilhões que seriam pagos fora do teto de gastos.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Novo salário mínimo injetará R$ 81,7 bi na economia, estima Dieese

O piso mínimo de R$ 1.621 entra em vigor em 1º de janeiro de 2026. O Dieese projeta que o reajuste pode injetar...

Saiba quais cidades do estado de SP onde o calor passou dos 40°C

Meta descrição: Defesa Civil divulga ranking de temperaturas extremas no estado de São Paulo, com mais de 40°C em 11 cidades e Miracatu...

Jerônimo decreta luto de 3 dias após morte de Mãe Carmen do Gantois nesta sexta

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) decretou luto de três dias pela morte de Mãe Carmen de Oxalá, também conhecida como Mãe...