Em crise de popularidade, governo japonês perde quarto ministro em três meses

Publicado:


Envolvido em um escândalo político-financeiro, Kenya Akiba pediu demissão nesta terça-feira, 27

STR/JIJI Press/AFP

Kenya Akiba pediu demissão nesta terça-feira, 27, na esteira de uma crise de popularidade do governo japonês

O ministro japonês da Reconstrução, envolvido em um escândalo político-financeiro, pediu demissão nesta terça-feira, 27, o quarto nome que o governo do primeiro-ministro Fumio Kishida – cada vez mais impopular de acordo com as pesquisas – perde em três meses. Kenya Akiba, ministro da Reconstrução, responsável por comandar a recuperação das regiões afetadas pelo acidente nuclear de Fukushima de 2011, estava enfraquecido há várias semanas devido a vários escândalos. Akiba admitiu que sua esposa e sua mãe receberam recursos durante anos de dois grupos políticos, na forma de pagamentos de aluguel. Ele também é acusado de ter remunerado ilegalmente vários auxiliares durante uma campanha eleitoral em 2021. “Não considero que agi de forma ilegal”, afirmou nesta terça-feira. Ele disse que o pedido de demissão é uma medida para “não paralisar” a agenda do governo. A vice-ministra de Relações Internas e Comunicações, Mio Sugita, também deixou o governo nesta terça-feira.

A política de extrema-direita do governo foi muito criticada nas últimas semanas por declarações preconceituosas feitas há alguns anos sobre a comunidade LGBT+ e as minorias étnicas no Japão. O governo japonês foi consideravelmente enfraquecido por uma série de escândalos e revelações nos últimos meses, a respeito dos vínculos entre dirigentes do Partido Liberal Democrata (conservador), a formação liderada pelo primeiro-ministro Kishida, e a Igreja da Unificação, conhecida como “seita Moon”. Desde outubro, o governo perdeu outros três ministros: Minoru Terada, de Assuntos Internos; Yasuhiro Hanashi, da Justiça; e Daishiro Yamagiwa, da Revitalização Econômica.

As práticas da chamada “seita Moon” ganharam destaque no Japão após o assassinato, em julho, do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe. O homem acusado pelo crime, detido logo após o ataque, afirmou que estava revoltado com Shinzo Abe porque o considerava um político próximo deste grupo religioso, que teria arruinado sua família quando ele era jovem. O índice de popularidade de Kishida e seu gabinete está na faixa de 30%, um nível considerado o limite da “zona de perigo”, no Japão. “Continuamos enfrentando uma montanha de tarefas a cumprir”, declarou Fumio Kishida nesta terça-feira, antes de destacar que no momento não tem a intenção de anunciar uma reforma de seu ministério.

*Com informações da AFP

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Congresso americano aprova redução de US$ 9 bilhões para mídia pública e ajuda externa

Na calada da madrugada, o Congresso americano, sob a égide de congressistas republicanos, aprovou um audacioso plano que resulta em uma diminuição de...

Apoiadores de Trump queimam bonés do movimento MAGA após polêmica no caso Epstein

Em um ato surpreendente de protesto, apoiadores do presidente Donald Trump decidiram queimar seus bonés do movimento Make America Great Again (MAGA) em...

Estados Unidos aumentam compra de carne brasileira antes de tarifa de Trump, diz Cepea

O cenário econômico atual começa a refletir mudanças drásticas nas relações comerciais. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada...