Opinião: Reforma de Bruno Reis azeita a máquina de olho em 2024

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Ao substituir tantos auxiliares após concluir a primeira metade da administração, o prefeito Bruno Reis dá sinais de que a máquina pública precisava ser “azeitada” em Salvador. Em um primeiro momento, o gestor preferiu tratar apenas como ajustes. Ao anunciar, viu-se uma reforma do secretariado que dá sinais de preocupação com o projeto de reeleição do grupo político, ainda que os números de ACM Neto na capital baiana tenham sido expressivos em 2022.

Parte da reorganização de Bruno expôs a opção por soluções caseiras. As mudanças de Ana Paula Matos e Décio Martins são os exemplos mais explícitos, pois são nomes bem próximos ao prefeito. Até Thiago Dantas pode entrar nessa conta, já que tem apagado sucessivos incêndios na relação com os servidores desde a administração anterior. Porém as acomodações também mostram o esforço em tentar não deixar aliados com a mão abanando. Talvez o caso mais simbólico seja a criação de uma “secretaria” para abrigar Andrea Mendonça, cuja saída na bolsa de apostas após a derrota eleitoral do grupo pagava quase nada – até a estátua de Thomé de Souza sabia que aconteceria.

Talvez a grande novidade seja realmente a chegada de Cacá Leão para tentar cuidar da articulação política. Caso o quase ex-deputado federal não funcione como uma rainha da Inglaterra, o investimento em alguém com traquejo político pode atacar a principal falha da gestão de Bruno. Tanto que é comum ouvir, nos bastidores, a falta que um Bruno Reis faz a Bruno Reis. Cacá, então, pode ser o elo para aplacar ânimos exaltados e/ou insatisfeitos, como a conturbada relação entre a prefeitura e a Câmara de Vereadores pós-Geraldo Jr, por exemplo.

Ao manter distanciamento dos bolsonaristas, como traz a apuração de Mauricio Leiro, o prefeito conta com certa desidratação desse grupo político – que não tem essa força tão grande em Salvador, mas que pode incomodar em 2024 contribuindo para uma disputa em dois turnos. Só o tempo dirá se foi uma boa opção ou uma escolha errada. Para a sorte de Bruno, o resultado das eleições permitiu dar adeus a nomes como Alberto Pimentel. Há males que vem para bem.

A máquina funcionando é requisito básico para uma disputa de reeleição. Bruno Reis já tem o aval do seu guru político, ACM Neto, que assegura não haver uma guerra fraticida no grupo para tentar demover o gestor de tentar um segundo mandato. Ao arrumar a política e a administração para evitar rupturas internas, o prefeito tem um bom caminho andado para tentar se manter no cargo. Claro que depende também das urnas e do contexto dos adversários. Pelo menos, Bruno está fazendo a parte dele.

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