O crime aconteceu no final da tarde desta terça-feira (17), por volta das 17h30, quando as vítimas seguiam pela BR-101, nas proximidades de Montinho, distrito do município de Itabela.
Samuel Cristiano do Amor Divino (25 anos), Nawy Brito de Jesus (16 anos) estavam numa moto, quando foram mortos.
Testemunhas contaram à polícia que eles [os dois índios] estavam sendo perseguidos por armados, que os derrubaram, renderam e depois executaram com tiros, inclusive na cabeça.
A execução pode ter relação com a disputa de terras na região de conflito entre fazendeiros e indigenas. Os dois pertenciam às aldeias Craveiros e Barra Velha, respectivamente, nos municípios de Prado e Porto Seguro.
Os jovens foram mortos na entrada de uma das fazendas ocupadas, há cerca de um ano, por 19 comunidades pataxós do extremo sul da Bahia, numa reivindicação da homologação da área, localizada entre os municípios de Porto Seguro e Prado.
O clima entre ruralistas e indígenas é de muita tensão na área, retomada por mais de 13 mil indígenas. “A gente vem sofrendo vários ataques à tiros. Nos últimos dias, várias casas foram ‘metralhadas’, inclusive a sede da fazenda”, disse um cacique, na condição de anonimato.
Desde o ano passado, os ruralistas vêm listando as fazendas que foram invadidas e denunciam a utilização de armas de fogo pelos indígenas.
DEMARCAÇÕES – No Extremo Sul, três áreas aguardam homologação: a Terra Indígena de Cumuruxatiba, em Prado; a Terra Indígena Barra Velha, em Porto Seguro; e a Terra Indígena Coroa Vermelha, na região da Ponta Grande, que abrange os municípios de Porto Seguro e Cabrália.
13 terras indígenas que estão com toda a documentação para homologação pronta, entre elas a Reserva Pataxó Aldeia Velha, localizada no distrito de Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro, devem ser demarcadas ainda este ano.
A expectativa dos indígenas é que a demarcação ocorra ainda neste mês de janeiro, com a incorporação de 1.997 hectares ao território indígena de Aldeia Velha.
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