Manifestantes planejam tomar Lima para pedir a renúncia da presidente do Peru

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Manifestações estão acontecendo no país desde dezembro, quando Pedro Castillo foi destituído do cargo; população pede eleições gerais imediatas, destituição de Dina Boluarte e nova Assembleia Constituinte

Juan Carlos CISNEROS / AFP

manifestações do Peru

Manifestantes viajam mais de 24 horas para chegar a capital do Peru e pedir a renúncia de Dina Boluarte

Milhares de manifestantes se reúnem em Lima, no Peru, nesta quinta-feira, 19, para pedir a renúncia da presidente Dina Boluarte. A polícia mobilizou 11.800 agentes na capital peruana para controlar os protestos marcados para a tarde. “Temos 11.800 policiais nas ruas para controlar os tumultos, contamos com mais de 120 caminhões e 49 viaturas militares, além da participação das forças armadas”, disse o chefe da Região Policial de Lima, general Víctor Zanabría. Os protestos acontecem um dia após um confronto entre manifestantes e policiais em Macusani, no sul do Peru, que deixou dois mortos. Já foram registrados 43 mortes desde o início da crise, em 7 de dezembro, data em que o então presidente, Pedro Castillo, tentou dar um golpe de estado que ocasionou a sua destituição do cargo. Os peruanos exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte e novas eleições presidenciais. Para esta quinta, eles esperam ‘tomar Lima’ e causar impacto.”Em Lima, a luta terá mais peso. Quando nos reprimem nas nossas regiões, ninguém fala nada”, disse Abdon Félix Flores, de 30 anos, camponês que se diz pronto “para dar a vida”. Ele deixou Andahuaylas no domingo, epicentro das manifestações de dezembro, para chegar a Lima na terça-feira. Ainda não há número exato do alcance da manifestação e quantas pessoas chegaram a Lima.

“É uma manifestação justa e democrática dos cidadãos que chegaram das regiões e também daqui, de Lima, onde pedem a renúncia imediata de Dina Boluarte, a convocação de novas eleições para este ano de 2023 e o fechamento do Congresso”, diz o sindicalista Gerónimo López, que convocou a greve. “É uma greve cívica popular nacional com manifestações pacíficas de organizações de diferentes regiões, evitando qualquer ato de vandalismo”, completou. Centenas de camponeses de Cusco, Ayacucho, Cajamarca, Puno e Andahuaylas chegaram em ônibus e caminhões mascando folhas de coca, para matar a fome. Alguns estão pela primeira vez em Lima. Eles viajaram mais de 24 horas pelas estradas sinuosas andinas para exigir a renúncia da presidente Dina Boluarte. “Viemos da província de Chumbivilcas (Cusco) para defender nossos direitos. Viemos fazer ouvir nossa voz. Somos tremendamente esquecidos”, disse o camponês Edwin Condori, 43, exausto devido à viagem. “Viemos de forma organizada para tomar as ruas de Lima, para paralisar a capital, para sermos ouvidos”, disse Jesús Gómez, engenheiro agrônomo, que cultiva batata, milho e trigo em sua chácara, na cidade de Chumbivilcas. As reivindicações dos manifestantes são essencialmente políticas: renúncia da presidente, eleições gerais imediatas e Assembleia Constituinte. O Governo rejeitou todos os pedidos.

protestos no Peru

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