Serviço AME do Hospital da Mulher atende vítimas expostas à violência sexual no Carnaval

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O Serviço de Atendimento às Mulheres Expostas à Violência Sexual (AME) do Hospital da Mulher, localizado no Largo de Roma, em Salvador, acolhe mulheres, adolescentes e trans a partir de 12 anos expostas a situações de abusos e violência sexual. Neste Carnaval, a unidade estará de prontidão para atender possíveis vítimas 24h por dia, com uma equipe multiprofissional com médicas ginecologistas, enfermeiras, assistentes sociais, psicólogas e farmacêuticas. 

“O AME funciona por demanda espontânea, que é o atendimento que acontece sem que haja necessidade de realizar um agendamento prévio. Aqui a paciente recebe atendimento de emergência, e, além de nossa equipe multidisciplinar, é acompanhada por uma advogada que faz assessoria jurídica e dá orientações sobre ações judiciais e medidas restritivas contra o agressor”, explica Jamile Martins, médica ginecologista e coordenadora do serviço.

Jamile ressalta que durante o Carnaval, o atendimento feito por WhatsApp (71) 8350-2942, que funciona no horário comercial nos dias normais, irá funcionar 24 horas por dia. “É um período em que a cidade fica muito cheia, com muitos serviços, o  trânsito e a locomoção ficam mais difíceis. Por isso, nós estaremos de sobreaviso para orientar e não deixar que a vítima tenha prejuízos ou deixe de ser atendida”.

As vítimas também podem ser encaminhadas ao AME pela rede de enfrentamento à violência contra a mulher, através de órgão judicial e policial, Instituto Médico Legal (IML), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Delegacias Especiais de Atenção à Mulher (DEAM’s), Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) ou Central Estadual de Regulação da Bahia (CER-BA). Desde 2017, o Serviço já acolheu mais de 1.100 pacientes.

Ao dar entrada na unidade, a paciente realiza exames laboratoriais sorológicos, profilaxia para HIV e IST’s, contracepção de emergência e exames médicos em parceria com o IML, além de, quando do desejo da mulher, dispõe de acompanhamento à delegacia especializada para registro da ocorrência. Para um melhor prognóstico, o Serviço AME orienta que o atendimento de emergência – primeiro atendimento – seja realizado em até 72 horas da violência.

A coordenadora de psicologia do AME, Laila Nogueira, explica que o acompanhamento pode continuar por meses após o primeiro atendimento. “Fazemos um acompanhamento prolongado porque entendemos que os aspectos psicológicos continuam no período pós violência, ao realizar as atividades que ela fazia no cotidiano e até mesmo nas relações familiares. Por isso, continuamos monitorando e dando esse suporte”. Além do atendimento de emergência, o AME realiza consultas de seguimento multiprofissional por no mínimo seis meses.

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