Com indicativo de greve, profissionais de enfermagem de Salvador acertam paralisação para o próximo dia 14

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Os enfermeiros de Salvador devem aderir a uma grande paralisação nacional na próxima terça-feira (14). Com assembleia marcada pelo Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Salvador (Sindseps) para as 8h da manhã, a categoria requer o cumprimento do piso salarial da enfermagem, aprovado pelo Congresso Nacional em 2022, mas que teve sua aplicação suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Com a paralisação, a coordenadora de Políticas Públicas do Sindseps, Lília Cordeiro, prevê a suspensão da vacinação em Salvador. Segundo ela, todos os enfermeiros da atenção primária estão autorizados a aderir à manifestação, assim como metade dos servidores ligados à urgência e emergência na capital.

“A nossa paralisação é 100% da atenção primária. Vai cobrir servidores efetivos e profissionais REDA da prefeitura de Salvador. A vacinação vai parar nesse dia, a gente não vai ter vacina, porque todos os profissionais de enfermagem da atenção primária estarão convocados e a adesão é muito grande”, disse Lília, em entrevista ao Bahia Notícias.

“A gente convocou 50% dos serviços de urgência e emergência, então Samu e Capes estarão respaldados a participar dessa assembleia nesse quantitativo, a não ser que a Justiça interfira, mas eu acredito que não vai acontecer. Se acontecer, vai diminuir o percentual e a gente vai seguir”, continuou a coordenadora do Sindseps.

Ainda de acordo com Lília, a deliberação acerca da paralisação da próxima terça é do Fórum Nacional de Enfermagem, gerando atos de enfermeiros por todo o Brasil, tanto do setor público quanto da área privada. A intenção é que as discussões sobre o piso nacional da categoria sejam destravadas até o dia 10 de março, antes da deflagração de uma greve geral.

“O Fórum Nacional deliberou paralisação dia 14 e, caso o piso não seja destravado até o dia 10 de março, já existe deliberação para uma greve nacional. Então a gente vai deixar essas orientações na assembleia do dia 14, no dia da paralisação, reforçando a deliberação nacional, de que, caso o piso não esteja destravado até o dia 10 de março, nós entraremos em greve geral. Essa greve vai ser organizada nesse tempo. Se a Justiça vai intervir ou não, a gente não sabe, mas já é uma deliberação pré-existente”, explicou Lília.

A expectativa do Sindseps é que a paralisação se torne um ato maior do que os que ocorreram em setembro de 2022. Na oportunidade, uma manifestação de enfermeiros em Salvador lotou a região do Farol da Barra. Em outro momento, a categoria protestou na Av. Tancredo Neves, no centro financeiro da capital.

“É um ato que a gente está na expectativa de que seja maior do que o que aconteceu em setembro, no Farol da Barra. Também fizemos outro no Iguatemi. A gente está se preparando, convocando a PM e a Transalvador, para fazer o apoio logístico e para dar segurança aos nossos filiados”, disse Lília.

“Nenhuma categoria consegue melhorias se não tiver uma luta, um embate como esse. Não é o nosso desejo paralisar o serviço, porque a gente sabe que nossos pacientes irão sofrer com isso, mas infelizmente não há outro meio. A gente tem que fazer a luta porque, infelizmente, nós temos profissionais aí recebendo menos de um salário mínimo. E isso nós não podemos permitir mais”, concluiu a coordenadora.

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