Sistema OCDF completa 50 anos no DF

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Em todo o Brasil, quase 20 milhões de pessoas são adeptas do cooperativismo. O coop, como também é chamado esse movimento, pode ser brevemente definido como um modelo de negócio que tem como alicerce o tripé desenvolvimento econômico e social, produtividade e sustentabilidade. Em outras palavras, também é possível definir o cooperativismo como uma filosofia de vida capaz de transformar o mundo em um lugar mais digno e justo, onde seja possível vislumbrar e materializar melhores oportunidades para todos.

Fazendo um recorte no Distrito Federal, o número de cooperados é também expressivo. A região conta com mais de 236 mil cooperados, pessoas de diferentes origens, credos, classes, raças e opiniões que estão associadas a 103 cooperativas. Essas, por sua vez, integram sete ramos, ou áreas de atuação, e têm como entidade representativa a Organização das Cooperativas do Distrito Federal, a OCDF.

A OCDF foi criada em 1973 e trabalha diariamente para desenvolver e difundir o cooperativismo no território brasiliense, representando e defendendo os interesses das cooperativas para torná-las mais competitivas, respeitadas e admiradas pelo papel que desempenham na sociedade. A organização é braço da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), órgão máximo de representação do cooperativismo no país, e em meio século de existência participou ativamente de importantes conquistas que ajudaram a engrandecer o movimento cooperativista na capital federal.

“A OCDF é a voz das cooperativas no Distrito Federal há 50 anos. É a instituição que atua para proporcionar um ambiente adequado para o funcionamento das cooperativas que contribuem para o desenvolvimento e a prosperidade local.”

Remy Gorga, presidente da OCDFRecente conquista, que contou com a participação da OCDF, foi a sanção da Lei nº 6.617/2020, que instituiu a Política Distrital do Cooperativismo, iniciativa que prevê um conjunto de normativos que beneficiam, direta ou indiretamente, os ramos do setor cooperativista na promoção do desenvolvimento social e econômico.

A Lei Distrital do Cooperativismo é uma conquista importante para o movimento, na avaliação do presidente da OCDF. “Além de haver um reconhecimento sobre o modelo cooperativo, existe o estabelecimento de diretrizes que consolidam o cooperativismo no Distrito Federal”, garante Remy.

Outra conquista da OCDF foi a inserção na Lei nº 6.308, de 13 de junho de 2019, a Lei da Integridade do GDF, da obrigatoriedade das cooperativas que estabelecem contrato com o governo – em cumprimento da Lei nº 5.764/71 – quanto ao registro e regularidade com a OCDF. As coops, com a promulgação da lei, passaram a ser obrigadas a terem registro e estarem regulares na OCDF para firmarem vínculos com o Executivo local.

A organização também integra o colegiado de vogais da Junta Comercial, Industrial e Serviços do DF (Jucis/DF) e ocupa cadeira no Conselho de Trabalho, Renda e Emprego da Secretaria do Trabalho do Distrito Federal, apoiando a geração de trabalho e renda no território brasiliense.

Diversidade na atuaçãoO trabalho da OCDF não fica limitado apenas aos cenários político, econômico e social e a movimentações que possam trazer impactos para o cooperativismo brasiliense. Entre os destaques da atuação no DF, há a campanha de vacinação contra a influenza, promovida anualmente. “Este ano beneficiamos quase mil pessoas”, destaca o dirigente.

Outra ação importante é o Dia de Cooperar (Dia C), data celebrada sempre no primeiro sábado do mês de julho. Trata-se do maior movimento de estímulo ao trabalho voluntário cooperativista do Brasil, cujo objetivo é ajudar na construção de um mundo melhor, por meio do trabalho voluntário de dirigentes e associados das cooperativas.

O movimento já foi celebrado em várias regiões do DF, como Ceilândia, Sobradinho, Itapoã, Santa Maria e Cidade Estrutural, e sempre ofertou à população serviços gratuitos em diversas áreas, além de comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo.

A organização também promove atividades educativas, esportivas, ações que proporcionam qualidade de vida para a população do DF, além de capacitar as cooperativas registradas com a promoção de cursos, eventos, consultorias e intercâmbios.

O trabalho de capacitação é possível por meio de programas participativos do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Distrito Federal (Sescoop/DF), instituição criada no ano de 1998 e que, juntamente com a OCDF, forma o sistema cooperativista brasiliense, o Sistema OCDF-Sescoop/DF.

No último ano, mais de 60% das cooperativas registradas foram beneficiadas com cursos, eventos e outras atividades promovidas pelo sistema.

ConsolidaçãoAo longo das cinco décadas de existência da OCDF, as cooperativas se sobressaíram em diferentes momentos. É possível destacar, por exemplo, a Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), responsável pela realização de um importante evento no calendário do Distrito Federal, a AgroBrasília.

“A cooperativa foi e continua sendo um importante agente de desenvolvimento para o agronegócio do DF. Ela contribuiu para o desenvolvimento de tecnologias que permitiram transformar o Cerrado em campos fertéis”, esclarece Remy.

Também merece destaque o cooperativismo habitacional do DF. Como exemplo, há a região administrativa de Águas Claras, hoje a mais vertical do Distrito Federal, mas que, inicialmente, foi construída graças à existência de cooperativas habitacionais. As cooperativas de transporte também já mostraram sua relevância, apoiando, por muitos anos, o transporte coletivo na capital.

Um impacto positivo que o Distrito Federal tem, atualmente, é oriundo da atuação de cooperativas de reciclagem, em que muitas atuam em parceria com o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU). O SLU tem contratos com cooperativas de catadores, dos quais uma parcela são contratos de triagem dos resíduos recebidos nos galpões e outra parte são contratos para a coleta seletiva porta a porta, gerando milhares de postos de trabalho.

“Até pouco tempo atrás, o trabalho dessas cooperativas era todo feito no lixão, de forma muita precária. Chamava-se de cooperativa, mas era um amontado de pessoas, sem qualquer tipo de organização. Esse panorama felizmente mudou. Graças às lideranças dos catadores, às legislações que proporcionaram a criação de um novo ambiente e às atuações do governo, as cooperativas começaram a ter espaço e hoje atuam em parceria com o Estado, aproveitando materiais que ainda tenham valor econômico”, explica o presidente do Sistema OCDF/Sescoop-DF.

As cooperativas financeiras também ganham cada vez mais destaque. Inclusive, as de crédito já estão presentes em quase todas as regiões administrativas da capital federal. “Essa é uma possibilidade de as pessoas terem acesso a todos os serviços financeiros, como conta corrente, cartão de crédito, empréstimos e aplicações, em condições diferenciadas”, analisa Remy.

Dessa forma, a OCDF, ao longo de 50 anos, exerceu um papel fundamental para que o cooperativismo no DF esteja consolidado e preparado para desafios vindouros.

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