Sites educacionais vigiaram crianças e adolescentes, aponta HRW

Publicado em

spot_img
Tempo estimado de leitura: 2 minutos

Logo Agência Brasil

Sete sites de educação de São Paulo e Minas Gerais coletaram e enviaram dados de estudantes para empresas de publicidade. A denúncia foi publicada nesta segunda-feira (3), pela organização Human Rights Watch (HRW), que investigou o assunto entre novembro de 2022 e janeiro deste ano, nos dois estados de maior população do país.ebcebc

Os sites são: Estude em Casa, Descomplica, Escola Mais, Explicaê, MangaHigh, Stoodi e Centro de Mídias da Educação de São Paulo. Eles foram contratados pelos governos estaduais para dar apoio aos estudantes durante a pandemia de covid-19, quando as aulas presenciais estiveram suspensas.

Notícias relacionadas:

  • RJ: Mapa Social do Corona mostra como pandemia afetou ensino público.
  • Alfabetização evolui devagar na rede pública após pandemia, dizem pais.
  • Banco Mundial: covid-19 pode resultar em geração perdida de jovens.

A pesquisadora de tecnologia e direitos das crianças do Human Rights Watch, Hye Jung Han, afirma que governos estaduais acabaram permitindo que qualquer pessoa tivesse acesso e coletasse informações pessoais das crianças.

A pesquisa aponta que os portais monitoraram os estudantes dentro de suas salas de aula virtuais e também acompanharam os jovens enquanto navegavam pela internet, fora do horário de aula.

Cinco desses sites, segundo o estudo, aplicaram técnicas de rastreamento particularmente intrusivas para vigiar estudantes de forma invisível e de maneiras impossíveis de se evitar ou se proteger.

Depois da investigação, a Secretaria de Educação de Minas Gerais informou que removeu todo o rastreamento de anúncios de seu site. Já a Secretaria de Educação de São Paulo ainda não respondeu ao questionamento.

A Constituição Federal protege o direito à privacidade. E o Brasil também ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, que confere às crianças e adolescentes proteções especiais que resguardam sua privacidade.

Outro lado

A Escola Mais informa que não faz uso de dados de alunos em seu site para quaisquer fins e que sua política de privacidade está adequada à legislação vigente. “A escola não vende e nem repassa dados de alunos a terceiros, ao contrário do que aponta o relatório”, diz, em nota.

Segundo a instituição, pelo segundo ano consecutivo, a HRW confunde a Escola Mais com uma plataforma de aprendizado online. “A Escola Mais oferece ensino presencial a mais de 3 mil alunos em 9 unidades físicas nos estados de São Paulo e Santa Catarina. Importante esclarecer que nosso site institucional é utilizado apenas para divulgar comercialmente a escola, com informações destinadas a adultos interessados em conhecer as unidades e os métodos pedagógicos desenvolvidos”, acrescentou.

Matéria alterada às 14h41 para acrescentar posicionamento da Escola Mais. A Agência Brasil solicitou posicionamento dos demais sites citados e aguarda retorno.

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Primeiro-ministro da Eslováquia é baleado em atentado

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi alvo de um atentado nesta quarta-feira (15), após uma reunião de gabinete na cidade de Handlova. Segundo informações da imprensa local, Fico foi baleado e encontra-se hospitalizado. O jornal Dennik N daily relatou que o primeiro-ministro foi escoltado por seus seguranças até um veículo, enquanto um suspeito foi

Ucrânia recua na região de Kharkiv e Zelensky cancela visita à Espanha

O Exército ucraniano anunciou na madrugada desta quarta-feira (15) que se retirou de algumas áreas da frente de batalha norte, na região de Kharkiv, onde a Rússia iniciou uma nova ofensiva em 10 de maio. “Em algumas áreas, perto de Lukyantsi e Vovchansk, em resposta ao fogo inimigo e a um ataque de infantaria, nossas

Argentina registra 4º mês consecutivo de desaceleração da inflação

A inflação na Argentina registrou em abril o quarto mês consecutivo de desaceleração, de 8,8% mensal, o primeiro índice de um dígito em um semestre, que foi comemorado como “uma goleada” pelo presidente Javier Milei, embora economistas alertem que isso corresponde à queda do consumo. “Estamos goleando a inflação”, festejou Milei nesta terça, pouco antes