O ministro da Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, afirmou nesta quinta-feira (20/4) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tinha conhecimento das imagens do circuito interno do Palácio do Planalto que mostram o general Gonçalves Dias, então chefe do Gabinete se Segurança Institucional (GSI), no dia 8 de janeiro, durante os atos golpistas.
Nas gravações é possível ver o agora ex-ministro e outros militares do GSI guiando os invasores para portas de saída, em clima ameno. As imagens foram divulgadas nessa quarta-feira (19/4), pela CNN Brasil.
Em entrevista à GloboNews, Pimenta disse que, logo após os atos, o presidente Lula solicitou ao general Gonçalves Dias o acesso às imagens registradas pelas câmeras localizadas em frente ao gabinete presidencial — as mesmas vazadas nesta semana. Segundo o ministro da Comunicação Social, o presidente recebeu um compilado de imagens das invasões, mas foi informado de que os registros feitos em frente ao seu gabinete “não existiam”.
“[Disseram] que essas imagens não existiam. [Disseram] que as que existiam eram as que foram fornecidas a ele”, afirmou Pimenta.
“As imagens que o presidente teve acesso e assistiu naquela semana após os ato, elas não têm essas imagens [do Gonçalves Dias]. Essas imagens o presidente, portanto, não tinha tido acesso a elas. O presidente, inclusive, como conhece o palácio, chegou a perguntar clamamente sobre as imagens daquela câmera que fica voltada para a entrada da área onde fica o gabinete do presidente e essas imagens, portanto, ele não conhecia”, prosseguiu o ministro.
Durante a entrevista, Paulo Pimenta foi questionado se houve uma omissão do agora ex-ministro Gonçalves Dias. Para ele, não é do perfil do general “uma tentativa deliberada de omitir uma informação tão importante, tão grave como essa do presidente nem de ninguém”.
As imagens vazadas das câmeras de segurança do Planalto levaram o presidente Lula a convocar uma reunião de emergência com ministros do governo para tratar sobre o assunto. Estiveram presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio); Rui Costa (Casa Civil); Flávio Dino (Justiça), Alexandre Padilha (Relações Institucionais); e Paulo Pimenta (Comunicação Social).
Após essa reunião, Lula se encontrou a sós com Gonçalves Dias. Foi quando o então ministro se explicou para o presidente e colocou o cargo à disposição. Mais tarde, em uma publicação extra do Diário Oficial da União (DOU), o governo oficializou o nome do atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, para assumir o comando do GSI de forma interina.
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