Apesar de alta na gasolina, prévia da inflação indica desaceleração e fica em 0,57% em abril

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Quando considerados os últimos 12 meses, a alta do IPCA-15 foi de 4,16%, resultado de acordo com a meta inflacionária do país, que atualmente é de 3,25%

João Carlos Mazella/Fotoarena/Estadão Conteúdo – 25/02/2022

AUMENTO DE GASOLINA

Mesmo com alta dos combustíveis, IPCA-15 de abril fechou com alta de 0,57%, 0,12 p.p. abaixo dos 0,69% de março; índice é considerado a prévia da inflação oficial do Brasil

Divulgado nesta quarta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que funciona como uma prévia do IPCA, índice que mede a inflação oficial do país, fechou em 0,57% no mês de abril. O IPCA-15 apresentou uma leve queda de 0,12 ponto percentual (p.p.) na comparação com março, quando foi de 0,69%. O valor indica desaceleração da inflação para o mês. No acumulado do ano, a alta é de 2,59% até o momento. Quando considerados os últimos 12 meses, a alta é de 4,16%, uma redução em comparação aos 5,36% do mês anterior. O resultado está de acordo com a meta de inflação do país, que é de 3,25%, com margem de 1,5 p.p. para mais ou para menos. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica, que é menor do que a do IPCA. Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta de preços.

A maior variação (1,44%) veio do setor de Transportes, que já havia subido 1,50% em março e impactou o índice de abril em 0,29 p.p. Na sequência, estão os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,04%) e Habitação (0,48%), que contribuíram com 0,14 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente. Já Alimentação e bebidas, que teve alta residual de 0,04%, desacelerou frente a março (0,20%).Os demais grupos ficaram entre o 0,06% de Comunicação e o 0,39% de Vestuário. A alta dos Transportes foi puxada pelo aumento nos preços da gasolina (3,47%), produto que exerceu o maior impacto individual no IPCA-15 de abril (0,17 p.p.). Além disso, também houve alta nos preços do etanol (1,10%), que já haviam subido 1,96% em março. Já óleo diesel e gás veicular recuaram 2,73% e 2,17%, respectivamente. Cabe ressaltar também a alta de 11,96% nas passagens aéreas, após a queda de 5,32% em março.

A desaceleração de Alimentação e bebidas deve-se à variação negativa do segmento de alimentação no domicílio, com redução de 0,15%. Destacam-se as quedas nos preços da batata-inglesa (-7,31%), da cebola (-5,64%), do óleo de soja (-4,75%) e das carnes (-1,34%). No lado das altas, o destaque foi o ovo de galinha, cujos preços subiram 4,36% em abril. Confira abaixo a variação do IPCA-15 de todos os grupos de produtos e serviços.

  • Alimentação e bebidas: 0,04%
  • Habitação: 0,48%
  • Artigos de residência: 0,07%
  • Vestuário: 0,39%
  • Transportes: 1,44%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,04%
  • Despesas pessoais: 0,28%
  • Educação: 0,11%
  • Comunicação: 0,06%

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 16 de março e 13 de abril de 2023 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 11 de fevereiro a 15 de março de 2023 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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