Divulgação/Globo
‘Travessia’ não agradou o público e teve baixos índices de audiência
A novela “Travessia” chega ao fim na próxima sexta-feira, 5, cercada de polêmicas e com amargos índices de audiência. A obra de Gloria Perez começou a ser criticada antes mesmo da estreia, pois a influenciadora e ex-BBB Jade Picon, que não é atriz de formação, foi escalada para assumir um dos papéis centrais da trama. Já no ar, parte do público também fez campanha para que Cássia Kis fosse retirada da novela após ela dar declarações homofóbicas em uma live. A intérprete de Cidália, no entanto, permaneceu na produção. Além das questões envolvendo o elenco, a história contada por Gloria foi vista como confusa por muitos telespectadores. O enredo principal girou em torno da maranhense Brisa (Lucy Alves), que é vítima de um crime virtual e vê sua vida virar de ponta-cabeça ao ter sua foto usada em uma montagem que viralizou na internet. Para tentar resolver o problema, ela se aproxima do hacker Otto (Rômulo Estrela) e isso gera conflito com Ari (Chay Suede), o então namorado de Brisa. A novela trouxe novamente Giovanna Antonelli como a delegada Helô e Alexandre Nero como o advogado Stenio. Esse retorno dos personagens que fizeram sucesso em “Salve Jorge” foi um dos alívios da trama. Outra coisa que também pode ter atrapalhado o folhetim é o fato de a Globo ter lançado, ao mesmo tempo que “Travessia” estava no ar, outra “novela das 21h” no Globoplay, “Todas as Flores”, obra de João Emanuel Carneiro que caiu no gosto do público. Assim como “Travessia”, outras novelas da Globo também tiveram problemas com audiência e desagradaram os telespectadores.
“Um Lugar ao Sol” (2021)
A expectativa em cima de “Um Lugar ao Sol” foi grande, isso porque a trama foi a primeira novela inédita da Globo desde o início da pandemia. Vale lembrar que durante o período de restrições mais duras, a emissora reprisou tramas de sucesso. Escrita por Lícia Manzo, a novela, diferente do convencional, foi ao ar quando já estava totalmente pronta. Esse é um ponto negativo, porque é comum as tramas sofrerem alterações quando não estão agradando o público. Na história, Cauã Reymond interpretava os gêmeos Christian e Christofer, que perdem a mãe no parto e crescem separados. Um é adotado por um casal do Rio de Janeiro e o outro é mandado pelo pai para um abrigo. O caminho deles se cruza anos depois, quando já estão adultos, e Christian assume a identidade do irmão, que teve uma vida de luxo e com oportunidades. O excesso de carga dramática em um período que as pessoas buscavam leveza pode explicar a antipatia do público por “Um Lugar ao Sol”.
“O Sétimo Guardião” (2018)
A última novela de Aguinaldo Silva na Globo não cativou o público. Os bastidores da novela protagonizada por Marina Ruy Barbosa e Bruno Gagliasso foram cercados de polêmicas envolvendo rumores de atritos entre atores e até de casos extraconjugais. Além disso, a trama tinha um enredo ousado e pouco habitual para uma novela que ocupa a faixa das 21h. A obra se passava em uma pequena cidade que possuía uma fonte que era capaz de curar e rejuvenescer. Ela era protegida por sete guardiões que ficam em alerta quando o gato Léon desaparece, isso porque eles temem que o poderoso animal busque um substituto para ser o guardião-mor da fonte. A novela fantasiosa rendeu muitas críticas do público e foi depois desse trabalho que Aguinaldo foi demitido da Globo.
“Babilônia” (2015)
Mesmo com um elenco de peso, a novela de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga também foi alvo de críticas negativas. A trama densa dividiu opiniões e precisou passar por várias alterações para ver se mantinha a audiência. No papel central estava Glória Pires como Beatriz, uma mulher rica e ambiciosa que mata Cristóvão (Val Perré) e tenta jogar a culpa em Inês, personagem que marcou o retorno de Adriana Esteves às novelas após bombar em “Avenida Brasil”. A atriz, famosa por viver Carminha, interpretou em “Babilônia” uma mulher de classe média que faz de tudo para se tornar bem sucedida e tem obsessão pela rival, Beatriz. Entre maldades e chantagens das vilãs está Regina, personagem de Camila Pitanga que acaba se envolvendo nessa disputa por ser filha de Cristóvão. Vale lembrar que um beijo homoafetivo entre Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg no início da trama também virou motivo de discussão e as cenas de afeto entre as intérpretes de Teresa e Estela passaram a ser mais sutis.
“Em Família” (2014)
A despedida de Manoel Carlos das novelas não foi em grande estilo. O autor, que emplacou sucessos como “Laços de Família” e “Mulheres Apaixonadas” e popularizou as personagens Helenas, derrapou em sua última trama no horário nobre da Globo. Assim que estreou, “Em Família” confundiu o público por contar com três fases, sendo que, na segunda, quem viveu Helena foi Bruna Marquezine. A protagonista foi assumida por Julia Lemmertz na terceira parte da trama e Bruna retornou à história como Luiza, filha da protagonista. A trama era focada no triângulo amoroso envolvendo Helena, Laerte (Gabriel Braga Nunes) e Virgílio (Humberto Martins) – que tinha uma cicatriz no rosto que a cada capítulo estava de um jeito. Um dos grandes problemas da novela é que ela tentou abordar um tema polêmico: incesto. Na história, Helena se casava com Virgílio, mas no passado ficava dividida entre o então marido e Laerte. O personagem de Gabriel se afasta do casal e anos depois se envolve com Luiza sem saber que ela pode ser sua filha.
“Geração Brasil” (2014)
Outra trama que tentou inovar no enredo, mas não caiu no gosto do público foi “Geração Brasil”. De Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, a novela buscou ser moderna e falar sobre tecnologia. Jonas Marra, vivido por Murilo Benício, é um brasileiro que vive no Vale do Silício e é conhecido por ter criado um computador de baixo custo. Ele se torna uma referência no mercado, mas os anos vão se passando e, com isso, é pressionado a inovar. O empresário, então, decide transferir sua empresa para o Brasil durante a Copa do Mundo e, além disso, anuncia que está à procura de um sucessor. É dessa forma que o caminho dele cruza com o de Davi, interpretado por Humberto Carrão, um jovem humilde que tenta viabilizar um projeto para democratizar o acesso à informação. A trama a princípio parecia trazer um frescor para a faixa das 19h, mas mesmo com as doses de humor, não conseguiu prender o público.
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