Afinal, crianças podem ser atletas de alto desempenho? Especialista explica

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Bruna, Cauzinho, Alexandre e Adrian são atletas com rotina intensa de treinos

Crianças podem atuar nos esportes como atletas de alto desempenho? Num contexto onde crianças e adolescentes têm se inserido cada vez mais em esportes que exigem alta capacidade física e que envolvem, em muitos casos, erguer altas cargas, essa é uma dúvida recorrente de quem tem contato com esse tipo de conteúdo através das redes sociais ou no dia a dia.

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No caso da turma de Cauzinho Neto, Bruna Schwenck, Alexandre Orge e Adrian Star, que são jovens atletas que atuam em esportes como o crossfit e o fisiculturismo, se tornou comum que eles tenham rotinas corridas, divididas entre o tempo da escola, por exemplo, e as sessões de treinos diários. Muitas vezes esses treinos chegam a passar de quatro horas e envolvem mais de um ambiente de treinamento.

O médico ortopedista Marcelo Midlej trabalha com atletas de alto rendimento no futebol, no Esporte Clube Vitória, e explica a sua visão sobre a vivência de crianças como atletas de alto rendimento. Mas, antes, é preciso entender exatamente o que é um atleta que se encaixa nesse perfil.

O especialista destaca que para definir essa categoria de atleta é necessário analisar alguns pontos sobre a carreira e treinamentos. A começar pela dedicação 100% voltada àquela modalidade. Ou seja, são pessoas que vivem do esporte e se dedicam exclusivamente a ele, intensificando treinos e processos de prevenção de lesões.

“O esporte de alto rendimento está vinculado ao atleta que vive daquilo, que tem o foco o tempo inteiro naquilo ali realizando treinos intensos. São atletas que buscam marcas e metas. Muitas vezes são atletas que precisam ser acompanhados em diversas especialidades e, em alguns casos, precisam de apoio suplementar. Nesse contexto, eles estão mais suscetíveis a terem lesões e precisam de um acompanhamento intenso”, definiu. 

Ele é diferente do esportista amador, que não tem dedicação ‘full time’ à modalidade e, consequentemente, está menos suscetível a ter lesões mais sérias. “O esportista amador é um atleta que busca um bem-estar, saúde, e pode buscar alguma marca. Mas esse não é o objetivo principal dele. Não tem o objetivo de superar marcas no seu dia a dia sempre”, completou.

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Marcelo Midlej é médico esportivo do EC Vitória (Foto: Look Assessoria/Divulgação)

A partir daí, é possível questionar a participação de crianças e adolescentes em esportes (de qualquer modalidade) dentro desse contexto. Midlej explica que, em alguns casos, ainda com pouca idade alguns atletas já podem ter definido que aquele esporte é sua ambição na carreira. Mas, mesmo assim, na idade de desenvolvimento o ideal é não exigir que o indivíduo supere marcas com frequência e atinja seus picos de capacidade física.

“Uma criança com uma prática muito exigente, tanto em metas quanto sobre sua capacidade física, não pode ser considerada 100% saudável. Isso interfere em sua saúde e não é isso que queremos. O que queremos é uma atividade física que gere saúde. Não se pode ter um grau de exigência muito alto em algumas modalidades, como o próprio crossfit e o futebol. Após certa idade até se exige mais, mas antes dos 14 ou 15 anos não é saudável ter um grau tão alto de exigência a nível competitivo”, completa.

A saída, segundo o médico, é fazer adaptações dentro dessas modalidades para encontrar o equilíbrio saudável para a criança. No caso do futebol, por exemplo, as partidas em categorias de base até os 16 anos são feitas com um tempo menor do que os tradicionais 45 minutos. A ideia, segundo Midlej, é desenvolver as técnicas, mas sem levar os atletas à exaustão na prática esportiva.

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