Prédio onde funcionou Abrigo Dom Pedro II pode virar hotel

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Por Naiana Ribeiro O imóvel tombado onde funcionou por 130 anos o Abrigo Dom Pedro II – também conhecido como Solar Machado ou Palacete Machado – na Avenida Luiz Tarquínio, no bairro de Roma, em Salvador, pode virar um hotel em breve. A Prefeitura autorizou no último dia 5 a empresa BM Varejo Empreendimentos S.A a iniciar estudos para implantar um equipamento hoteleiro no local. A empresa é a mesma que venceu a licitação para transformar o Palácio Rio Branco, na Praça Municipal, em um hotel de luxo. O imóvel, conhecido por sua arquitetura neocolonial, está sem uso há cinco anos, desde quando o abrigo foi transferido para o bairro de Piatã. A mudança do abrigo foi sugerida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) que, há pelo menos quatro anos, já pedia melhorias no Solar Machado para proporcionar qualidade de vida aos idosos acolhidos. O estudo tem prazo de quatro meses para ser concluído, a partir da data de publicação, feita no Diário Oficial do Município na última quarta-feira (5). O Solar Machado ou Palacete Machado é, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), tombado individualmente pelo órgão federal desde 1949 e inscrito nos livros do Tombo Histórico e de Belas Artes. O solar foi construído no século XVIII e pertenceu a Manuel José Machado, um comerciante e traficante de escravos que acabou sendo preso e levado para Portugal, onde morreu na prisão. Em 1824, Joaquina Josefa de Santana Machado recebeu o casa como herança e vendeu para Joaquim Ramos de Araújo em 1831. Em 1858, foi comprada pelo médico Antônio José Alves, pai do poeta Castro Alves, que transformou o solar em uma casa de saúde. Em agosto de 1869, o governo da Bahia comprou o imóvel, com base na Lei provincial nº 1.089, para a instalação de um hospital. Em 24 de junho de 1874, também foi inaugurado no local, o Asilo São João de Deus, sob a responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia. A instituição entregou o edifício para o governo da Bahia em 1912. Em 1935, seu nome foi mudado para Juliano Moreira, em homenagem ao médico e cientista baiano. Em 1943, o Solar foi tombado pelo Iphan. Em 1967, parte da área externa da propriedade foi desmembrada para a construção de um conjunto habitacional. Em 1983, foi instalado no local o Manicômio Juliano Moreira – que durou apenas um ano. Transformou-se em sede da Prefeitura Municipal e no ano seguinte, 1984, e depois sede da Secretaria Municipal de Educação até 1985. Em 4 de janeiro de 2013, um incêndio causado por um curto circuito consumiu cerca de 30% das instalações do edifício, juntamente com a Capela São João de Deus que foi parcialmente destruída. O fogo se intensificou devido a grande quantidade de materiais inflamáveis que haviam no local, e pela ausência de um sistema de proteção contra incêndios.
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