MP recomenda que Estado suspenda chamamento público para escolha de gestor da Osba

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

O Ministério Público da Bahia recomendou, por meio da promotora de justiça Rita Tourinho, que a Secretaria de Cultura do Estado suspenda o processo de chamamento público para a escolha da organização responsável pela gestão da Orquestra Sinfônica da Bahia.

 

A promotora recomendou que os problemas encontrados pelo MP no Processo de Chamamento Público Edital n. 01/2023 sejam retirados do documento e seja publicado um novo edital. O MP deve ser comunicado sobre as medidas adotadas em no máximo 10 dias.

 

A advertência levou em consideração que a realização do chamamento público para escolha da entidade responsável pela gestão da Osba pode “comprometer a qualidade dos serviços prestados, uma vez que a criatividade é um elemento preponderante”, declarou Rita Tourinho

 

A promotora disse que “seria possível a inexigibilidade de chamamento público”, levando em consideração entendimento nesse sentido do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Contas da União.

 

Rita Tourinho afirmou que o termo de referência do edital utilizou critérios de seleção no campo da atividade-meio, “desconsiderando por completo a atividade-fim, sem qualquer preocupação com o patrimônio cultural construído e aprimorado positivamente ao longo dos anos”.

 

Tourinho destaca que ao invés de valorizar a “capacidade técnica” elegendo-se a pontuação a partir de feitos capazes de demonstrar a efetiva atuação produtiva dos concorrentes, o edital se reporta ao “tempo de atuação”, que em nada é capaz de revelar a verdadeira capacidade da entidade. A promotora destaca que esse critério prioriza aspectos burocráticos e administrativos do serviço, “deixando vago o conceito do que pretende implementar, colocando em grave risco o patrimônio cultural construído pela Osba”.

 

Ela também apontou que ao pontuar o “tempo de experiência em gestão e execução de produção e divulgação de concerto”, o edital beneficia o Instituto de Desenvolvimento Social pela Música (IDSM), e a Associação dos Amigos do Teatro Castro Alves.

 

Tanto isso é verdade, que somente as duas organizações da sociedade civil – Instituto de Desenvolvimento Social pela Música e Associação dos Amigos do Teatro Castro Alves – participaram do certame”, apontou Rita.

 

Ela comentou que ao beneficiar o IDSM possibilita que seja criado na Bahia “um verdadeiro monopólio no seu patrimônio cultural orquestral”, com a gestão concentrada em uma única organização, e que “tal monopólio corresponde a gestão de todos os recursos públicos estaduais destinados a música de concerto na Bahia, o que corresponde a mais de R$ 70 milhões”

 

 “A decisão de realizar processo de chamamento público desprovido de regras que garantam a manutenção do acervo imaterial construído ao longo dos anos pela Orquestra Sinfônica da Bahia, cria na sociedade situação de extrema insegurança diante da possibilidade de desconstrução do corpo orquestral, que é patrimônio imaterial cultural, de extrema relevância para sociedade”, finalizou.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

VÍDEO: Torcedor do Vitória invade entrevista e agradece Jair Ventura: “Veio fazer a diferença”

A festa tomou conta do Barradão após a vitória do Vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, garantindo a permanência na...

Saiba quem são os adversários de Wagner Moura no Globo de Ouro

Wagner Moura está de volta ao Globo de Ouro, com uma indicação ao prêmio de melhor ator em filme de drama pelo filme...

STF: réu, ex-ministro Ricardo Salles depõe sobre contrabando florestal

O deputado federal Ricardo Salles, do Novo-SP, será interrogado nesta terça-feira, 12 de dezembro, no Supremo Tribunal Federal (STF). O procedimento faz parte...