Estudantes da UFBA protestam contra professora acusada de transfobia

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Alunos da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom) organizaram, nesta quarta-feira (13), um protesto contra uma professora da instituição acusada de racismo e transfobia. A ação, organizada pelos estudantes, ocorreu no campus de Ondina, durante a inauguração do primeiro prédio do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, na presença do reitor Paulo Miguez. 

 

O protesto, organizado pelo movimento estudantil Correnteza, ocorreu em nome da aluna de produção cultural e cantora lírica, Luisa Liz, que teria sido alvo de transfobia durante uma aula da professora Jan Alyne Barbosa. Segundo a vítima, Jan Alyne teria desrespeitado os pronomes utilizados por ela, além de desconsiderar a sua contribuição com o conteúdo da aula. 

 

A cantora conta que, após ter o seus pronomes desrespeitados pela professora, foi convidada a se retirar da sala de aula. “Ela chamou um homem pra me retirar da sala que eu tenho direito de estar. Eu percebi o que estava acontecendo ali e qualquer um ia se abalar”. Liz afirma ainda que implorou pelo atendimento no colegiado da instituição. “O Colegiado fechou a porta na minha cara e eu tive que implorar ‘eu fui violentada!'”

 

Após o ocorrido, a aluna fez a denúncia contra a professora no colegiado da Facom e, posteriormente, abriu um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil da capital baiana. Durante o evento, Liz disse ainda que foi acolhida pela Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PROAE). Ao Bahia Notícias, ela afirmou que o objetivo do protesto é chamar a atenção da comunidade para a pauta trans e racial. “A cada fração de segundos existe alguma denúncia de transfobia, então é sobre lembrar e causar algum impacto. Não é só a oportunidade dos nossos corpos adentrarem essa universidade, precisamos adentrar e permanecer.”

 

Na ocasião, o reitor da universidade, Paulo Cesar Miguez de Oliveira, declarou repúdio a ações de racismo e transfobia na universidade e reforçou o trabalho da instituição para investigar o caso. “Uma atitude homofóbica e racista agride o espírito da universidade, agride as pessoas que estão aqui. É importante ter a clareza que o enfrentamento destas atitudes, que compreendamos todos que acontecem e acontecerão, encontrarão sempre, no ponto de vista da administração central, todo o acolhimento devido”, reiterou. 

 

Os alunos da universidade afirmaram ainda que o diretor da faculdade de comunicação,  Leonardo Costa, tentou impedir a denúncia contra a docente na ouvidoria. Sobre a acusação, Miguez afirma: “Nenhum de nós, nem da administração central, nem das unidades acadêmicas, temos autoridade para impedir que a Ouvidoria registre qualquer comportamento indevido”.

 

A professora Jan Alyne e o diretor Leonardo Costa ainda não se pronunciaram sobre o caso. 

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