Pintada durante o Circuito Urbano de Arte (Cura), em 2018, na empena de um prédio na Rua da Bahia, no Centro de Belo Horizonte, a obra de arte do grafiteiro André Machado, o Comum, passará por um processo de restauro a partir de amanhã.
A obra “O Voo”, que mostra uma ‘escada humana’ de 65m de altura, completaria cinco anos no mês que vem sem alterações, mas, por questões técnicas e estruturais, o prédio passa reformas, e o condomínio não poderia arcar com os custos de manutenção da obra de arte.
Para manter sua arte exposta em um prédio no Centro da capital mineira, Comum resolveu buscar recursos para cobrir os custos por meio de uma campanha de arrecadação on-line. “Eu tinha muito pouco tempo para conseguir esse dinheiro. Na minha planilha, o custo estava saindo em R$ 15 mil. Eu tinha seis dias para arrecadar esse dinheiro e, para a minha grata surpresa, a gente conseguiu arrecadar o valor em menos de 24 horas”, comemora.
Comum conta que entrou em contato com as pessoas responsáveis pelo condomínio na tentativa de pedir alguma ajuda para executar a repintura da empena. “Fui correr atrás de negociar com o condomínio, saber o que eles poderiam fazer por mim. O condomínio disponibilizou a estrutura de ‘balancinho’, que é aquele elevador que sobe e desce na fachada do edifício, uma das partes mais caras do processo de pintura”, explica.
Sobre a reforma, a previsão de Comum é de que seja um trabalho relativamente rápido, em torno de cinco a seis dias. No entanto, as condições climáticas precisam ajudar. Por questões de segurança, o processo de restauro deve acontecer apenas em tempo seco, sem chuvas.
Leia também: Inaugurada a primeira obra de Eduardo Kobra em BH
Comum ressalta também que para a conservação das pinturas urbanas é preciso usar material de alta qualidade. Contudo, em um espaço tão grande, como essa empena que tem uma área superior a 500m², a deterioração acaba sendo natural.
“É preciso tomar algumas precauções. A principal delas é a aplicação de verniz e o uso de tinta linha premium. A qualidade da tinta conta muito nessa hora. Então, usar um material de qualidade é uma forma de garantir uma longevidade maior. Inclusive, nessa repintura, eu vou usar um verniz mais eficiente. Mas, de forma geral, essa luta contra o tempo é muito ingrata”, enfatiza.
Por fim, o artista agradece a todas as pessoas que contribuíram para que os recursos fossem levantados para cobrir os custos do restauro.
“É como se a empena começasse do zero a vida útil dela. Queria manifestar minha gratidão pelo apoio das pessoas, eu tinha confiança que a gente ia conseguir juntar esse dinheiro, mas não que fosse tão rápido. Vejo isso como uma forma que a cidade está legitimando esse trabalho, as pessoas estão apoiando e compreendendo esse tipo de arte”, diz.
Apoio do Cura
Esse projeto de restauro da arte exposta na empena do prédio na Rua da Bahia também contou com o apoio do Cura, o Circuito Urbano de Arte, responsável por edições de festivais e criação de mirantes de arte urbana desde 2017.
Em entrevista, a diretora artística do festival, Juliana Flores, explica que o Cura entra em contato com os prédios e atua nas pinturas junto aos artistas, porém, eles não possuem recursos para realizar os reparos nas obras de arte.
“O Cura, por ser um festival que depende de captar recurso, aprovar projeto e tudo mais, a gente não tem esse orçamento de manutenção das pinturas. A gente até gostaria de fazer um projeto só dessas repinturas das empenas, porque, com o passar dos anos, as pinturas vão se deteriorando, e a gente queria muito que ficasse de forma mais permanente”, afirma.
A equipe do festival, então, apoiou o projeto de Comum na parte mais técnica, com relação a contratos e questões burocráticas e também com a divulgação nas redes sociais da campanha de arrecadação que o artista estava realizando. Juliana elogiou as pessoas que puderam ajudar nas doações e falou sobre a importância da manutenção dessa arte para a cidade.
Leia também: Novas obras do Cura começam a ocupar o Centro de BH
“Estou muito feliz com o quanto a cidade se mobilizou para apoiar essa repintura do Comum e isso mostra a importância dessas obras de arte pública e como elas criam vínculos afetivos com as pessoas. A gente ficou bem feliz com a repercussão e isso trouxe um alerta para a gente pensar sobre a preservação dessas obras.”
A diretora artística revela que, para este ano, o Cura estava concentrando seus esforços em um projeto na capital amazonense, Manaus. Levando a arte urbana para o Norte do país, em agosto de 2023, eles produziram o Cura Amazônia.
A expectativa, segundo ela, é que haja uma edição em Belo Horizonte em meados de 2024, com um mirante 360° na Praça Raul Soares, área de atuação do Cura desde 2021. Mas ainda existem algumas pendências na captação de recursos para serem resolvidas.
“A gente já aprovou o projeto nas leis de incentivo e estamos buscando patrocínio com as empresas. É um projeto caro e a gente tem estudado também essa coisa de fazer campanha de arrecadação, até porque a gente sabe que o Cura é muito querido e que as pessoas têm um carinho muito grande com as obras. Mas a gente ainda não definiu isso”, afirma.
*Estagiáriosob supervisão do subeditor Edu Oliveira
O Museu de Ciências Morfológicas (MCM) da UFMG é responsável pela extensão entre o estudo de células, embriões, tecidos e anatomia com toda a comunidade da capital. Fundado há 27 anos pela professora Maria das Graças Ribeiro, o museu é focado no ser humano, com a maioria da exposição sendo composta por materiais reais.
O município de Sete Lagoas, na Região Metropolitana de BH, foi atingido por fortes chuvas no fim da tarde desta terça-feira (31/10). Há registro de moradores desalojados e alagamento em muitas avenidas. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma pessoa chegou a ficar ilhada, porém, conseguiu sair do local sozinha. Cerca de dez casas, localizadas no
Portal Gerais* Um médico, de 37 anos, foi preso em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, nesta terça-feira (31/10), suspeito de crime sexual ocorrido em Nova Serrana. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Conforme o delegado responsável pelo caso, Diógenes Caldas, as investigações tiveram início em maio deste ano. Uma paciente procurou a polícia
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional
Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos.O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Comentários Facebook