Pacheco nega viés eleitoral em ações e admite que pode não participar da disputa em 2026

Publicado:

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pode vir a desistir de disputar a sua reeleição ou mesmo o governo de Minas Gerais, candidatura defendida por correligionários do seu partido. Quem afirma é o próprio Pacheco, em entrevista ao jornal Valor Econômico divulgada na edição desta segunda-feira (30). 

 

Ao responder questionamento do jornal sobre seus últimos movimentos políticos, que incluem acenos à oposição e o encaminhamento da votação de pautas anti-STF, o presidente do Senado negou que suas ações possuam viés eleitoral. Pacheco disse ainda já estar realizado na vida pública. 

 

“As eleições estão muito distantes, e eu tenho compromisso imediato com a presidência do Senado. Não estou nem minimamente preocupado com o futuro político-eleitoral. Tendo sido presidente do Senado e do Congresso duas vezes, e presidente da Comissão de Constituição de Justiça da Câmara, eu considero até que já estou realizado na vida pública. Considero até não disputar eleição em 2026”, afirmou o senador.

 

Desde que começou a fazer comentários públicos desaprovando a pauta de julgamentos do STF em temas como descriminalização das drogas e sobre aborto, Pacheco vem sendo criticado nos bastidores tanto do Congresso como no Judiciário. 

 

Há uma leitura política de que Pacheco e o senador Davi Alcolumbre (União-AP) estariam atuando em dobradinha para se aproximarem da bancada de direita, em jogada com dois objetivos: conquistar a presidência do Senado para Alcolumbre e garantir a reeleição de Rodrigo Pacheco. 

 

O presidente do Senado, ao Valor Econômico, nega esses movimentos futuros e diz estar apenas exercendo de forma democrática a sua função. 

 

“Isso não é uma lógica de aproximação, é um exercício da presidência do Senado que pressupõe essa pluralidade. Eu disse recentemente numa reunião que, não obstante haja divergência em relação a temas diversos, o que nos une é a defesa do Legislativo. O que não podemos confundir é que essa boa relação com o governo signifique o isolamento da oposição”, disse o presidente do Senado. 

 

Questionado pelo Valor sobre a relação com a bancada oposicionista, Pacheco explicou que “assim como presidente do Senado no governo anterior eu dei voz e vez para a oposição, o mesmo eu devo fazer agora, porque há uma oposição legítima de partidos políticos, em volume até considerável, que, obviamente, tem que ter voz e participar das discussões”.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Metanol: confirmação de morte cerebral de mulher contaminada é incerta

A Prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, anunciou nesse domingo que os exames realizados para confirmar a morte cerebral...

Família procura por adolescente desaparecido no Distrito de Itabatã, em Mucuri

A família de Daniel Costa de Sena, de 17 anos, está angustiada após seu desaparecimento no distrito de Itabatã, no município...

Inspetora da PRF é presa por injúria racial contra capitão da PM durante evento infantil em Feira de Santana

Uma inspetora da Polícia Rodoviária Federal, Michele Alencar, de 44 anos, foi detida em flagrante na manhã deste domingo (5) por injúria racial...