Redução drástica nas receitas, elenco inchado e calendário enxuto: veja os principais desafios do Santos na Série B de 2024

Publicado:


fup20231207069

O Santos deixou o grupo de clubes que nunca foram rebaixados no Campeonato Brasileiro e disputará a Série B pela primeira vez na próxima temporada – agora, entre os gigantes, apenas Flamengo e São Paulo nunca desceram de divisão. Na maioria das vezes, os grandes times costumam mostrar força e retornam à elite do futebol logo no ano seguinte. Os rivais paulistas Palmeiras (2003 e 2013) e Corinthians (2008), por exemplo, conseguiram este feito. Mais recentemente, por outro lado, Vasco e Cruzeiro não buscaram o acesso na primeira tentativa e precisaram jogar a “Segundona” por dois anos. No caso do Peixe, pensando em 2024, alguns fatores podem deixar os santistas com o sinal de alerta ligado. Fora disputar um torneio competitivo, a equipe da Baixada tem um orçamento limitado e não deve ter a Vila Belmiro à disposição. Abaixo, o site da Jovem Pan mostra quais serão as dificuldades enfrentadas pelo Alvinegro praiano na próxima temporada.

Dificuldade para cumprir o orçamento

Andres Rueda é o atual presidente do Santos

Andres Rueda, presidente do Santos, é um dos principais responsáveis pela queda

Cerca de uma semana antes do rebaixamento ser sacramentado, a diretoria o Santos aprovou o orçamento para 2024. Nele, o clube projetava uma receita de R$ 394 milhões, quantia que dificilmente será alcançada. Com a queda, o clube sofrerá uma redução drástica nas cotas de televisão, consideradas importantíssimas para qualquer agremiação do futebol nacional. A título de comparação, os valores devem cair de cerca de R$ 100 milhões para apenas R$ 11 milhões. Além disso, o Peixe está fora da Copa do Brasil e das competições sul-americanas, perdendo bonificação em premiações e rendas de jogos grandes. Para piorar, a gestão do presidente Andrés Rueda já antecipou R$ 30 milhões dos R$ 40 milhões que o Alvinegro praiano tem direito por participar do Paulistão 2024. Por fim, a disputa da Série B impacta até no valor dos jogadores. A diretoria santista gostaria de arrecadar R$ 134 milhões com negociações, mas deve ver seus atletas desvalorizarem depois do resultado esportivo deste ano – Marcos Leonardo e Joaquim são os únicos em alta no mercado da bola.

Necessidade de reformular o elenco

Mendoza durante partida do Santos contra o Rb Bragantino

Mendoza durante partida do Santos contra o RB Bragantino

Ao mesmo tempo em que terá dificuldades para cumprir o orçamento, o Santos precisará promover uma grande reformulação em seu elenco. Com uma das folhas salarias mais altas do futebol brasileiro, o Peixe terá que vender ou emprestar jogadores para não ficar ainda mais sufocado – atualmente, a dívida total do clube supera a casa dos R$ 600 milhões. Sem verba para arcar com rescisões e precisando de um time competitivo para disputar as únicas duas competições da temporada (Estadual e Série B), é possível que alguns atletas sirvam como “moeda de troca”. Steven Mendoza e Morelos devem puxar a barca de saídas. As permanências de Lucas Lima e Yeferson Soteldo também são incertas.

Vila Belmiro em obras

Torcedores invadiram a Vila Belmiro na manhã desta quinta-feira, 7

Torcedores queimaram carros nos arredores da Vila Belmiro após o rebaixamento

O estádio do Santos, é verdade, não foi crucial nesta reta final de Campeonato Brasileiro. Nas últimas quatro rodadas, o Peixe somou apenas dois pontos em casa e acabou amargando o rebaixamento justamente na Vila Belmiro. Historicamente, entretanto, o local é conhecido como um “alçapão”, sendo um pesadelo para os rivais, que sofrem com a proximidade dos torcedores. O problema é que o time santista não poderá contar com o estádio no ano que vem. Em setembro, o clube e a WTorre assinaram um acordo para a construção da Nova Vila Belmiro, em projeto similar ao do Allianz Parque. Desta forma, a equipe terá que se adaptar a uma casa provisória, ainda indefinida. Reformado, o Pacaembu é considerado como uma das alternativas. O mesmo vale para o Canindé, da Portuguesa, ou o Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista.

Série B competitiva

Em meio ao árduo trabalho de reformular o plantel com pouca margem financeira, o Alvinegro irá encarar uma Série B competitiva. Para o ano que vem, é verdade, o Santos será o único time entre os 12 grandes que disputará a 2ª Divisão. O torneio, porém, terá equipes que contam com um bom aporte financeiro. Este, por exemplo, é o caso de Coritiba e América-MG, que se tornaram SAFs (Sociedade Anônima do Futebol) recentemente e devem contar com um bom aporte financeiro para retornar à primeira prateleira do futebol. Já Sport, Guarani, Goiás e Ceará são clubes tradicionais e que vivem incomodando com boas campanhas. Neste ano, Vila Nova e Mirassol também mostraram poder e entraram na briga pelo acesso. Desta forma, o gigante paulista não poderá relaxar diante de adversários de bom nível.

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Alcaraz pode diminuir a distância para Sinner até o US Open; entenda

Na emocionante temporada em que Jannik Sinner e Carlos Alcaraz conquistaram seus primeiros Grand Slams, o cenário até o US Open se torna...

John Kennedy tem situação regularizada na CBF e está liberado para enfrentar o Flamengo

Em uma reviravolta emocionante, John Kennedy, o jovem atacante de apenas 23 anos, teve sua situação regularizada na Confederação Brasileira de Futebol (CBF)....

Snoop Dogg se torna coproprietário do Swansea, da 2ª divisão inglesa

Em um movimento surpreendente, o icônico rapper americano Snoop Dogg se tornou coproprietário do Swansea City, clube da segunda divisão inglesa. Essa nova...