Putin diz que paz só é possível após ‘desnazificação’ e ‘desmilitarização’ da Ucrânia

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que a paz só poderá ser alcançada após a “desmilitarização” e a “desnazificação” da Ucrânia, e quando a Rússia “atingir os seus objetivos”, que não mudaram desde o início da guerra no Leste Europeu, iniciada no dia 24 de fevereiro de 2022. “Haverá paz quando alcançarmos nossos objetivos. Eles não mudaram. Eu vou recordá-los sobre o que falamos: a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia, e o status de neutralidade”, afirmou durante sua entrevista coletiva anual em Moscou. Putin insistiu que a solução “será negociada ou obtida com a força”, e assegurou que o Exército russo “melhora” suas posições frente à Ucrânia. “Em quase todas as linhas de frente, nossas forças armadas melhoram suas posições. Quase todas estão em fase ativa”, declarou. O russo também destacou que atualmente a Ucrânia não quase não produz armas, que traz tudo de fora, mas ressaltou que isso um dia pode acabar, e “aparentemente está acabando”, disse Putin.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realizou, nesta semana, viagens para países aliados em busca da manutenção da cooperação para continuar recebendo armas. Após o fracasso da contraofensiva iniciada pela Ucrânia em junho, os países ocidentais se mostram cansados com esse conflito que se encaminha para o segundo ano. Os Estados Unidos, principal fornecedor de armamentos, pode cortar os recursos direcionados à guerra ainda neste ano, pois o Congresso não aprovou o pedido de um pacote adicional de US$ 61 bilhões (R$ 301 bilhões) para Kiev. O Congresso americano comprometeu-se a desembolsar mais de US$ 110 bilhões (R$ 544 bilhões) desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, mas não chega a acordo sobre o novo pacote pedido por Biden de cerca de US$ 61 bilhões, um valor que seria suficiente pelo menos até às eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2024. Eles têm até sexta-feira, 15, – quando começa o recesso parlamentar – para chegar a um acordo, caso contrário, a Ucrânia “ficara sem dinheiro”, advertiu a Casa Branca.

Os democratas apoiam este novo pacote. Os republicanos não se opõem completamente, mas exigem, em contrapartida, importantes alterações na política migratória americana. Esse aparente revés ucraniano, é um ganho para os russos, o que faz com que ele se sintam confiantes para avançar, apesar das sanções econômicas, o conflito na Ucrânia e o enfrentamento com o Ocidente. Questionado sobre a resistência da economia às sanções, Putin disse que a há uma “margem de segurança suficiente” devido à “forte consolidação da sociedade russa”, a “estabilidade do sistema financeiro e econômico do país” e o “aumento das capacidades militares” de Moscou. Esta margem é “suficiente não apenas para sentir confiança, mas também para avançar”, assegurou o presidente russo, que anunciou recentemente sua intenção de apresentar-se para um novo mandato em março de 2024 com o qual pode permanecer no Kremlin até pelo menos 2030. No entanto, reconheceu que a inflação segue alta na Rússia, com uma previsão de 7,5-8% no final do ano, o que supõe uma preocupação para a população. Putin prometeu que o Banco Central tomaria as medidas adequadas para contê-la. Ele disse que espera um crescimento do PIB de 3,5% este ano.

*Com agências internacionais 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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