Cade aprova venda da Amil para Seripieri, fundador da Qualicorp

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra da Amil pelo empresário José Seripieri Filho, o Junior, fundador da Qualicorp e da QSaúde. A decisão foi publicada na edição desta quarta-feira (17/1) do Diário Oficial da União.

A aquisição da Amil por Seripieri, anunciada no fim do ano passado, foi aprovada sem restrições pelo Cade. Trata-se do maior negócio de fusão ou aquisição já feito entre uma empresa e uma única pessoa física no Brasil, totalizando R$ 11 bilhões.

Agora, resta o aval da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que pode ser concedido a qualquer momento.

Seripieri concordou em assumir todos os passivos, no Brasil, da United Health Group (UHG), dona da operadora de saúde. Essa era uma das condições estabelecidas pela empresa americana, que queria sair do país. A UHG tem R$ 9 bilhões em dívidas, tanto tributárias quanto de contingências provenientes de atendimento médico.

Dos R$ 11 bilhões da transação, Seripieri financiou R$ 2 bilhões junto aos bancos Santander, Bradesco, Bradesco BBI, BR Partners e BTG Pactual.

A compra da Amil marca o retorno de Junior, como é conhecido, ao setor de saúde. Ele é fundador da Qualicorp e da QSaúde.

No início de sua trajetória profissional, Junior trabalhou em diversos ramos, inclusive como feirante e escrivão de polícia. Ele também foi vendedor de planos de saúde da Golden Cross.

Em 1997, o empresário fundou a Qualicorp, que se transformaria em uma gigante do setor de saúde no país. Junior permaneceu na companhia até 2019, quando vendeu sua participação para a Rede D’Or.

Em 2020, o empresário fundou a QSaúde, que não repetiu o sucesso da Qualicorp e teve seu portfólio vendido para a healthcare Alice, em 2023.

A novela da venda da Amil Desde o início de 2022, circulam informações sobre a venda da Amil. Cogitou-se que a empresa poderia ser fatiada para atrair compradores. Essa possibilidade, no entanto, foi descartada.

Em 2012, o UHG desembolsou R$ 10 bilhões para adquirir a Amil da família Bueno. A empresa tem 3,1 milhões de usuários em planos médicos e 2,3 milhões em odontológicos, 19 hospitais e 52 unidades de atendimento, como ambulatórios e centros de diagnóstico. A Americas Serviços possui 28 centros médicos e clínicas, além de 12 hospitais.

A força da Amil está no alcance dos seus planos de saúde, além da rede hospitalar. O problema está nos planos individuais, cerca de 300 mil, que não se pagam. No primeiro semestre deste ano, a Amil registrou um prejuízo operacional de R$ 1,6 bilhão.

O UHG, por sua vez, vai bem. O grupo apresentou um lucro líquido de US$ 5,84 bilhões no terceiro trimestre de 2023, maior do que o apurado no mesmo período de 2022, que ficou em US$ 5,26 bilhões. A receita da multinacional avançou 14% no terceiro trimestre, alcançando US$ 92,36 bilhões.

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