Lewandowski admite que sequência de falhas contribuiu para fuga de presos de penitenciária de segurança máxima

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Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (15), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, comentou a fuga de presos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Estado Rio Grande do Norte, na manhã de ontem. Os dois fugitivos são Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, conhecido também como “Tatu” ou “Deisinho”. Ambos são do Acre.

 

Aos jornalistas, Lewandowski admitiu que algumas câmeras da unidade de segurança máxima não estavam funcionando adequadamente, assim como as luzes dos sensores de presença. “Porque que isto ocorreu, de quem era essa responsabilidade, isso será apurado do ponto administrativo e do ponto de vista criminal”, adiantou.  

 

O ministro também revelou que a fuga não foi orquestrada de fora, pois não haviam veículos aguardando os fugitivos. A polícia, segundo ele, já tem a informação de que os homens invadiram uma casa em uma localidade rural e roubaram alimentos e roupas e que, ao que tudo indica, ambos estejam no perímetro de até 15 km do local da fuga. “Não houve também uso de helicópteros e muito dinheiro envolvido. Eu acho, creio eu, que tudo foi feito muito barato, utilizando os recursos que eles encontraram na hora”, pontuou o ministro. 

 

Lewandowski afirmou que haverá a modernização do sistema de videomonitoramento; as câmeras atuais foram instaladas em 2009 e, portanto, tem uma tecnologia obsoleta. Os aparelhos serão substituídos pelos de reconhecimento facial nas dependências internas. Outra medida é a ampliação do sistema de alarmes e sensores, assim como a construção de muralhas no entorno da penitenciária. O presídio de Mossoró também vai receber 40 fuzis novos e 48 carabinas. 

 

Confira outras medidas anunciadas pelo ministro: 

 

1. Determinou a ida do secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, a Mossoró, acompanhado de uma equipe de seis servidores, para a apuração presencial dos fatos e a tomada das ações cabíveis no âmbito administrativo.

 

2. Acionou a Direção-Geral da Polícia Federal para abertura de investigações e o deslocamento de uma equipe de peritos ao local, com objetivo de apurar responsabilidades e de atuar na recaptura dos dois fugitivos, ação que já conta com o engajamento de mais de 100 agentes federais.

 

3. Ordenou a mobilização das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco), que congregam as polícias federais e estaduais nas ações de repressão da criminalidade organizada, para colaborarem com os esforços de localização e prisão dos foragidos.

 

4. Instruiu a Polícia Federal (PF) para que efetuasse o registro dos nomes dos fugitivos no Sistema de Difusão Laranja da Interpol, bem como a sua inclusão no Sistema de Proteção de Fronteiras, para que sejam procurados pela comunidade policial internacional;

 

5. Mobilizou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que realize o monitoramento das rodovias sob sua jurisdição e dê suporte à recaptura dos presos.

 

6. Mandou que fosse realizada uma imediata e abrangente revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais. 

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