Promotor Rudá Figueiredo alerta sobre importância de plano de carreira: “O povo faz concurso pensando que vai andar todo de Gucci”

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Passar em um concurso público ainda é um desejo latente em muitas pessoas, principalmente aqueles que buscam estabilidade e melhores remunerações. Porém, para o Promotor de Justiça Rudá Figueiredo, que foi aprovado em 1º lugar no concurso do MP-BA, outros fatores precisam ser considerados ao escolher uma carreira. Mestre em Direito e Pós-graduado em Ciências Criminais e Oratória, Figueiredo lidera cursos para quem está voltado para a mesma prova que ele passou, e trouxe dicas importantes durante o último episódio do JusPod, o podcast jurídico do Bahia Notícias.

 

 

“Eu penso que as pessoas colocam nas balanças das carreiras coisas erradas, como a matéria que gostam – que é absolutamente secundário”, sugeriu, reforçando que “a gente não vive a nossa matéria”. Para ele, entre os fatores que devem ser levados em consideração estão rotina de trabalho, oportunidades de crescimento e aprimoramento, equilíbrio com vida pessoal e, claro, remuneração. “Eu não sou hipócrita. Me perdoe quem acha o contrário, mas eu entendo a remuneração do Ministério Público como uma boa remuneração. Se eu não considerasse isso, talvez eu fosse fazer outra coisa. […] Está na balança sim, mas não está isoladamente. Porque talvez se eu quisesse muito fazer uma coisa que eu ganhasse um pouco menos, eu preferiria”, admitiu.

Ainda assim, o promotor fez questão de reforçar que os concurseiros precisam ter expectativas realistas em relação ao que significa o salário de cada categoria. “O serviço público não deixa ninguém rico. A pessoa também tem que entender isso. Porque o povo faz concurso pensando que vai andar todo de Gucci, faz dívida maluca para andar de [BMW] Z4, Z6… Daqui a pouco está no consignado e está reclamando. Não é o caminho pra isso. Se você quer ser rico, vai ter que fazer outra coisa”.

 

O promotor pondera, contudo, que também não se pode deixar de lado o potencial que a aprovação tem para transformar a realidade de grande parte da população. “Concurso público, em um país como o nosso, é um grande fator de mobilidade social. O concurso mudou minha vida. A advocacia tem diversos pontos positivos. De vez em quando eu brinco que a advocacia é um problema, mas eu acho que cada um tem que fazer suas escolhas, decidir suas trajetórias e saber quais dificuldades são inerentes a cada um desses caminhos”, avaliou.

 

Apresentado pela advogada Karina Calixto, e com o advogado João Liberato Filho como co-apresentador, o JusPod vai ao ar quinzenalmente, sempre às quintas-feiras, a partir de 19h, no canal do Bahia Notícias no Youtube. Nesta quinta-feira (29), o convidado será o advogado Tiago Ayres. Mestre em Direito Público, Ayres é especialista em Direito do Estado, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, membro da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/DF e membro da Comissão de Direito Municipal da OAB/BA.

 

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