Mesmo sem diagnóstico, criança com risco de ficar cega recebe alta

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

Sem diagnóstico fechado, o Hospital de Base de Brasília interrompeu o tratamento de uma menina que corre risco de ficar cega. Mesmo com classificação vermelha, ou seja, de emergência, Gianna Meneses Souza (foto em destaque), de 9 anos, ficou sem qualquer tipo de atendimento. Para a família da pequena, a suspensão do tratamento é “absurda”.

Veja fotos de Gianna:

 

Desde o nascimento, a mãe de Gianna, a dona de casa, Marileide Matias Meneses Souza, 46, notava a dificuldade da filha em enxergar. A menina ficava com o rosto colado  na televisão. Nas aulas remotas, durante a pandemia de Covid-19, o problema se agravou. No mesmo período, a menina conseguiu uma vaga no Hospital de Base.

Além da visão, Gianna apresenta outras condições, como dificuldade para crescer e ganhar peso. Os primeiros exames indicaram a possibilidade de uma condição genética, mas nenhum foi conclusivo. Ao longo do tratamento, as médicas perceberam o crescimento desproporcional dos olhos da menina e uma miopia aguda.

“Os olhos de uma criança crescem, em média, 0,12 por ano. Os de Gianna, 0,31. É fora do normal. A médica também notou algo diferente na miopia dela. Aumenta muito rápido”, contou Marileide. Até 2023, a menina tinha miopia com graus entre 7,5 e 8,5. Precisou comprar óculos com lentes especiais do Japão, ao preço de R$ 1,5 mil.

Mas as lentes já começaram a perder a eficácia. “Ela reclama dos óculos e diz que não enxerga bem com eles. Para aumentar a aflição da família, o Hospital de Base interrompeu o tratamento, mesmo sem fechar o diagnóstico da criança.

“Falaram que a médica tinha saído. Perdi o chão quando me falaram isso. Me disseram que não iam mais atender. Abaixei a cabeça e comecei a chorar”, lamentou.

Segundo Marileide, funcionários do hospital apenas recomendaram que a família buscasse outra unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) para recomeçar o tratamento.  A condição começou a atrapalhar os estudos da pequena. Em 2023, a estudante não conseguiu passar de ano na escola.

Com a interrupção abrupta do tratamento, Marileide pretende buscar socorro na Defensoria Pública do DF (DPDF). A família vive no Sol Nascente. É um lar humilde. Por isso, os pais da paciente não têm condições de pagar o tratamento na rede particular. Gianna tem cinco irmãos.

Outro lado O Metrópoles entrou em contato com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), responsável pelo Base, e com a Secretaria de Saúde sobre o caso de Gianna. Não houve reposta, mas o espaço segue aberto para eventuais manifestações.

 

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Perseguição de 15 km acaba com suspeito morto e 5 presos no Rio

Um homem morreu e outros cinco foram presos após uma perseguição da Polícia Militar do Rio de Janeiro que começou na Avenida Brasil,...

Polícia prende dupla com drogas durante patrulhamento em Salvador

Polícia prende dois homens em Paripe com cocaína e crack durante patrulhamento no Subúrbio Ferroviário Dois homens foram presos pela Polícia Militar na tarde...