Barroso diz que país volta aos poucos à normalidade agora sem risco de insulto entre Poderes

Publicado:

CATARINA SCORTECCI
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta quinta-feira (13) que o Brasil volta à normalidade democrática aos poucos, o que significa, entre outras coisas, que a corte máxima do Judiciário consegue tomar decisões que eventualmente podem desagradar o governo federal sem que sofra ataques.

“Felizmente as instituições venceram e acho que hoje nós podemos desfrutar da normalidade democrática. A normalidade democrática não significa que todo mundo apoia o governo ou concorde com o governo. Significa que as pessoas não precisam ter medo de divergir, que podem se manifestar. No caso do STF, significa que o STF pode decidir contra o governo sem o risco de ser insultado”, disse o ministro.

A fala ocorreu durante participação dele por videoconferência na 9ª edição do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, que acontece em Curitiba até sábado (15). O evento é organizado pelo Iprade (Instituto Paranaense de Direito Eleitoral), pela Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político) e Ibrade (Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral).

“Vivemos um momento de progressiva volta à normalidade. Digo progressiva porque ainda estamos julgando os casos do 8 de janeiro, ainda está se investigando uma tentativa de golpe do estado, e evidentemente que isso dificulta o fim da polarização, e a necessária e desejável pacificação da sociedade brasileira”, afirmou o ministro.

Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Barroso falou durante quase meia hora sobre o recente avanço da extrema direita e do populismo autoritário no mundo e no Brasil e citou ameaças contra a democracia capitaneadas pela gestão anterior.

Barroso também demonstrou preocupação com os impactos negativos da revolução digital nas democracias e voltou a defender a regulamentação das plataformas digitais e do uso da inteligência artificial, especialmente em um ano eleitoral, para evitar “desinformação massiva, disseminação de ódio, destruição de reputações e divulgação de teorias conspiratórias”.

“Vamos precisar sim de regulação para as plataformas digitais. Espero e desejo que ela venha do congresso. A inteligência artificial também precisa ser regulada para que ela permaneça num caminho ético e faça bem às causas da humanidade”, disse ele.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

PL da Dosimetria: Alcolumbre diz a relator que não há clima no Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se encontrou com o deputado Paulinho da Força, relator do projeto que busca reduzir as penas dos...

Procuradoria do STJD acata tese do Grêmio e pede suspensão de cartões

O Grêmio anunciou que a procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou a tese apresentada pelo clube e solicitou a suspensão...

Tarcísio corre o risco de virar um Bolsonaro com diploma de engenharia

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, tem enfrentado sérios problemas em sua comunicação. Embora evitar jornalistas possa ser uma característica positiva, a...