MPF aponta ‘hierarquia da fraude’ em esquema das Lojas Americanas

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O parecer do Ministério Público Federal (MPF) acerca da suposta atuação de executivos em fraudes contábeis das Lojas Americanas apresentou um organograma do esquema e da divisão de como o esquema ocorria na empresa. 

 

O documento acessado e publicado pelo o G1, neste domingo (30), traz a “estrutura” do esquema, que é investigado através da Operação Disclosure,d a Polícia Federal (PF). Segundo o documento, existia uma “hierarquia da fraude”. A denominação foi dada pelo o próprio MPF, onde existia 5 escalões e era liderada pelo o ex-CEO da companhia , Miguel Gutierrez. 

 

O empresário foi preso na última sexta-feira (28), em Madri e solto na audiência de custódia neste sábado (29). O MPF apontou ainda que os investigados possuíam uma “verdadeira associação paralela, cujas funções não correspondiam às suas atribuições na empresa, para o fim de cometer crimes ao longo do tempo”. 

 

No primeiro escalão, além de Miguel, a ex-diretora das Americanas, Christina Ramos Saicali, também estava envolvida no caso. Ramos chegou a ter a prisão preventiva decretada pela Justiça, mas acabou sendo alterada por “medidas cautelares”.

 

Ela também estava presente  como única integrante do 2º escalão, segundo o MPF. 

 

“As provas deixam claro que Anna Saicali possuía uma forte ascendência de comando nas fraudes praticadas. Era a principal responsável por comandar as fraudes na empresa B2W (sendo comunicadas pelos escalões inferiores dos diversos crimes praticados), enquanto chefiou a referida empresa, porém sempre cientificando Miguel Gutierrez sobre o esquema criminoso”, afirma o MPF.

 

No 3º escalão aparecem Timotheo Barros (ex-diretor da B2W, ex-diretor presidente de Lasa e ex-CEO/CFO da Americanas S.A plataforma física] e Marcio Cruz (ex-diretor presidente da B2W, ex-CEO da Americanas S.A. plataforma digital).

 

Nessa estrutura foi indicado uma interligação entre os executores da fraude e a cúpula da empresa, cobrando informações dos escalões inferiores e pedindo autorizações e repassando ordens dos superiores. De acordo com o MPF, existia um suposto canal direto com Anna Saicali e Miguel Gutierrez e, ao mesmo tempo, debatiam e participavam frontalmente das fraudes perpetradas ao longo do tempo nas empresas. 

 

Já no 4º escalão estava a maioria dos investigados. Mesmo possuindo uma hierarquia de liderança, eles já estavam submetidos às ordens dos demais agentes criminosos”. Esse conjunto teria um poder de decisão mais limitado e precisava se reportar para dar continuidade nas fraudes.

 

Por último, o quinto escalão contava com a colaboradora da investigação Flávia Carneiro. Ela era subordinada de Marcelo Nunes e seria a responsável por executar diversas das fraudes contábeis realizadas ao longo do tempo. Carneiro aparece em uma troca de e-mails com Carlos Padilha, onde o empresário solicitava que ela repassasse um anexo que discriminava valores falsos de Verba de propaganda cooperada (VPC) para Gutiérrez, através de um pen drive.

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