Entenda os 3 principais pontos que ligam Bolsonaro ao desvio das joias

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O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o desvio das joias presidenciais revelado nesta semana mostra as principais ligações diretas entre o esquema e o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).

Doze pessoas, entre elas Bolsonaro, foram indiciadas por crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bem público. Para a PF, o ex-presidente vendia os presentes dados por autoridades para enriquecimento ilícito.

Conexão 1: Repasse fracionado O general da reserva Mauro Lorena Cid confirmou em depoimento para o delegado Alvarez Shor, em março deste ano, que repassou US$ 68 mil para o ex-presidente de forma fracionada, referente à venda de relógios das marcas Patek Philippe e Rolex.

Pai de Mauro Cid confirmou repasse em dinheiro para Bolsonaro Mauro Lorena Cid é pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da ajudância de ordem de Bolsonaro, que coordenava o esquema de desvios das joias, a mando do ex-presidente, de acordo com a PF.

Esse é o general que virou notícia por ter deixado aparecer seu rosto ao tirar foto da caixa de uma escultura de um veleiro e uma palmeira, outro presente de autoridades estrangeiras que o grupo tentava negociar.

Pai de Mauro Cid aparece em reflexo ao negociar presente Conexão 2: Árvore e barco Essa escultura do veleiro e da palmeira é citada pela PF, em outro ponto de ligação entre os desvios e Bolsonaro.

O tenente-coronel Mauro Cid enviou a seguinte pergunta para o ex-presidente: O senhor vai trazer a árvore e barco?”. Isso foi em dezembro de 2022, na ocasião em que Bolsonaro se preparava para uma viagem aos Estados Unidos.

Mensagens mostram que Bolsonaro levou presente para os EUA Bolsonaro chega a enviar duas mensagens de resposta que são apagadas. O restante da investigação revelou, como já mostrado em matéria pelo Metrópoles, que essa escultura foi levada pelo pai de Cid até lojas dos EUA para avaliação. No entanto, ela era feita de latão e valia pouco, o que fez os investigados desistirem do negócio.

Clã Bolsonaro tentou vender escultura de palmeira e veleiro Conexão 3: Selva Uma outra conversa por aplicativo de mensagem que compromete Jair Bolsonaro é em relação ao chamado “kit rosé”, um presente dado pela Arábia Saudita ao ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O conjunto era formado por um anel, abotoaduras, um relógio e um terço islâmico.

Joia dada de presente pela Arábia Saudita foi colocada em leilão Bolsonaro responde então com o termo “selva”, jargão militar que, no contexto, queria dizer “afirmativo”. Análise do celular do ex-presidente mostra que ele respondeu cerca de um minuto depois de abrir a página do leilão.

Mauro Cid enviou link de leilão de joia e Bolsonaro respondeu: “Selva” Defesa de Bolsonaro Em nota, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro disse que os protocolos sobre tratamento e catalogação dos bens recebidos pela presidência são catalogados pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, sem ingerência de Bolsonaro.

Além disso, afirmou que o presidente se apresentou de forma espontânea e entregou os bens, assim que foi noticiado sobre o procedimento do Tribunal de Contas da União (TCU) que avaliava a destinação dos bens do acervo da presidência.

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