Ramagem e Bolsonaro ignoram investigação da PF e discursam com foco em 2026

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**Ramagem e Bolsonaro focam em 2026, deixando de lado investigação da PF**

Rio de Janeiro, RJ (FOLHAPRESS) – Durante um evento realizado na capital fluminense nesta quinta-feira (18), com a presença do governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL), o deputado federal Alexandre Ramagem, que pretende concorrer à Prefeitura do Rio pelo PL, discursou ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ramagem marcou presença no evento no dia seguinte ao seu depoimento na sede da Polícia Federal no Rio, no âmbito de uma investigação que trata de uma eventual estrutura ilegal de monitoramento na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o período em que ele ocupava o cargo de diretor da agência.

Durante os discursos realizados nesta quinta-feira, a discussão sobre o voto em Ramagem foi feita com vistas às eleições presidenciais de 2026. Foi reforçada a ideia de que “2024 é 2026”. A cúpula do PL busca vincular a imagem de Ramagem à do ex-presidente para impulsionar a pré-candidatura dele.

Bolsonaro, inelegível para a corrida presidencial de 2026 devido a sua declaração de inelegibilidade pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030, por conta de ataques e informações falsas sobre o sistema eleitoral, abordou também a questão das investigações em que ele está envolvido. Os inquéritos incluem crimes como tentativa de golpe de Estado e ataques ao Estado democrático de Direito.

Durante o evento, que contou com a presença de Cláudio Castro e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), outro personagem central nas investigações da PF, críticas foram feitas à PF, com Flávio mencionando que agentes federais poderão se encontrar no banco dos réus.

Castro abordou a recente operação policial no Rio, defendendo a integridade da polícia local. Além disso, criticou o Itamaraty por condenar a ação da Polícia Militar antes de investigar a abordagem feita aos filhos dos embaixadores.

No evento, Ramagem aproveitou para tecer críticas à administração do prefeito Eduardo Paes (PSD), pré-candidato à reeleição, enquanto ignorava diretamente as investigações em curso. O clima foi marcado por vaias e aplausos mistos para Cláudio Castro ao ser anunciado no palanque por um deputado estadual presente.A investigação sobre o alegado uso ilegal da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a suposta interferência na Polícia Federal estão em andamento. O foco da polícia é averiguar se a Abin foi utilizada para monitorar opositores políticos, juízes e jornalistas enquanto Alexandre Ramagem era diretor da entidade, de 2019 a 2022.

Durante as investigações, a Polícia Federal descobriu a existência de um áudio “possivelmente gravado” por Ramagem em uma reunião com o Presidente Jair Bolsonaro em agosto de 2020, no Palácio do Planalto. Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes levantou o sigilo desse áudio.

No áudio, discutia-se a busca por maneiras de anular investigações relacionadas ao caso conhecido como “rachadinha”, que envolve o senador Flávio Bolsonaro. Especula-se que o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), uma estatal responsável pelos dados fiscais, poderia ter sido acessado ilegalmente por servidores da Receita Federal no Rio de Janeiro em relação ao filho do presidente.

De acordo com a Polícia Federal, no áudio é possível identificar a participação de Ramagem sugerindo a abertura de um processo administrativo contra auditores fiscais da Receita Federal. Tal medida teria como propósito anular a investigação em curso e remover alguns auditores de seus cargos.

Além de Ramagem, outras pessoas também estão previstas para prestar depoimento à Polícia Federal no decorrer das investigações.

No dia 11 deste mês, uma operação resultou na prisão de agentes que estavam subordinados diretamente a Ramagem durante seu período como diretor da Abin. A operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, todos autorizados pelo STF, em diversas cidades do país, como Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.

Os indivíduos alvo dessa operação são Mateus de Carvalho Spósito, Richards Pozzer, Marcelo Araújo Bormevet, Giancarlo Gomes Rodrigue, Rogério Beraldo de Almeida, que foram alvos de mandados de prisão e busca, e José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos, que foram alvos apenas de mandados de busca.

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