Um apagão cibernético de escala global abalou sistemas de computadores em várias partes do mundo nesta sexta-feira (19), impactando companhias aéreas, hospitais, varejistas e outras empresas. Na quinta-feira (18), houve uma interrupção no sistema de nuvem da Microsoft, o Azure, afetando clientes na região central dos Estados Unidos. Isso impactou o acesso a aplicativos e serviços do Microsoft 365, incluindo o Teams para videoconferências. No dia seguinte, muitos dispositivos Windows tiveram problemas devido a uma atualização de segurança defeituosa da empresa de segurança cibernética CrowdStrike. Embora tenha sido enviada uma correção, as interrupções persistiam, evidenciando a fragilidade dos sistemas tecnológicos interdependentes. Este incidente demonstra como um mundo cada vez mais conectado está suscetível a falhas em cadeia, afetando setores diversos como tecnologia, aviação, saúde e varejo.
A falha nos sistemas de computadores impactou diretamente os clientes das companhias aéreas, que enfrentaram problemas em check-ins e reservas de voos globalmente. Hospitais viram-se diante da interrupção de sistemas essenciais, afetando o atendimento aos pacientes. Já varejistas enfrentaram obstáculos no processamento de pagamentos e no gerenciamento de estoques, prejudicando suas operações cotidianas. Essa situação destaca a importância de investimentos em segurança cibernética e na diversificação de sistemas, prevenindo que uma falha em um único provedor tenha um impacto tão abrangente. A complexidade e interconexão dos sistemas tecnológicos modernos demandam uma abordagem proativa para garantir a resiliência e continuidade dos negócios em momentos de crise.
No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que o apagão cibernético global não afetou os sistemas de aviação do país, que continuam operando normalmente. A agência acompanha de perto a situação em contato com operadoras aéreas e aeroportos para avaliar e mitigar quaisquer impactos no setor. Em casos de atraso, cancelamento ou interrupção de voos, a RES 400 da ANAC estabelece procedimentos que as companhias aéreas devem seguir, incluindo manter os passageiros informados sobre remarcações e demais direitos, conforme o tempo de espera.
Este evento global ressalta a importância da resiliência e da segurança cibernética em um mundo cada vez mais interligado digitalmente. Investimentos contínuos em prevenção e resposta a incidentes são essenciais para garantir a estabilidade e o funcionamento confiável dos sistemas, protegendo não apenas as empresas, mas também a infraestrutura crítica e a sociedade como um todo. Mantendo-se atualizadas e preparadas para lidar com desafios cibernéticos, as organizações podem minimizar os impactos de eventos inesperados e manter a confiança dos usuários e clientes.A assistência material foi afetada pelo apagão cibernético global. O Grupo Latam assegura que sua operação não foi impactada diante da queda massiva de sistemas em escala global. No entanto, por precaução, recomenda aos passageiros que verifiquem o status dos voos. O Ministério dos Transportes divulgou que o sistema de manifestos de cargas de ferrovias da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi afetado, mas a situação já está normalizada. O incidente foi pontual e não afetou os usuários de rodovias. A ANTT informou que sua equipe restabeleceu integralmente todas as conexões e sistemas, que estão operando normalmente. George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes, mencionou: “Foi um incidente pontual que durou pouco tempo, já que as equipes de TI restabeleceram todas as conexões e sistemas”.
No setor de sistemas financeiros, ao menos quatro aplicativos de bancos brasileiros apresentaram falhas nesta sexta-feira. Isso ocorreu no mesmo dia em que um apagão cibernético global afetou as operações de instituições no exterior, assim como sistemas de transporte e outros setores econômicos. A relação entre as falhas nos bancos brasileiros e o evento global ainda não foi confirmada. Relatos reunidos pela plataforma Downdetector indicam problemas de acesso nos aplicativos do Bradesco, Next (marca digital do Bradesco), Banco Pan e Neon. As reclamações aumentaram após as 6h (horário de Brasília), momento em que relatos sobre o apagão global começaram. O Bradesco informou que seus canais digitais foram afetados pelo apagão, incluindo a marca digital Next. No entanto, os terminais físicos de autoatendimento continuam operando normalmente. Banco do Brasil e Itaú Unibanco informaram que seus canais digitais estão funcionando sem interrupções. Outros bancos brasileiros enfrentam instabilidades nos canais de autoatendimento devido ao apagão cibernético global que também afeta diferentes setores da economia.
A B3 esclareceu que nenhum de seus serviços e plataformas foi afetado pela falha técnica global. A empresa assegurou que seus sistemas continuam operando e prontos para garantir o pleno funcionamento do mercado. O Banco Central comunicou que todos os seus sistemas estão operando normalmente. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que o apagão cibernético global não teve impacto em suas atividades ou na operação do Sistema Interligado Nacional. A instituição responsável pela coordenação e controle das instalações de geração e transmissão de energia elétrica em todo o SIN esclareceu que sua infraestrutura computacional não foi diretamente afetada pelo incidente, uma vez que o produto causador não é utilizado pela instituição. O ONS segue monitorando os reflexos e impactos do evento.
Por Heverton Nascimento
* Reportagem gerada com apoio de IA
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