Apagão cibernético: saiba o que foi afetado no Brasil

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O apagão cibernético global afetou sistemas de computadores em todo o mundo, impactando companhias aéreas, hospitais, varejistas e outras empresas. Uma interrupção ocorrida na quinta-feira (18) afetou clientes da Microsoft na região central dos Estados Unidos, impactando o Azure, seu serviço de nuvem. Alguns usuários ainda podem estar enfrentando dificuldades para acessar aplicativos e serviços do Microsoft 365, incluindo o serviço de videoconferência Teams. Na sexta-feira, dispositivos Windows tiveram problemas relacionados à CrowdStrike, uma empresa de segurança cibernética. A falha foi ocasionada por uma atualização de segurança defeituosa da CrowdStrike. Uma correção atualizada do software foi disponibilizada, porém as interrupções provavelmente persistiriam, uma vez que não estava claro como consertar os computadores já afetados. Essas interrupções de serviço destacam a fragilidade dos sistemas de tecnologia quando são tão interdependentes.

O incidente não afetou apenas empresas de tecnologia, mas também setores como aviação, saúde e varejo, revelando a vulnerabilidade de um mundo cada vez mais conectado. George Kurtz, CEO da CrowdStrike, esclareceu: “A CrowdStrike está trabalhando ativamente com os clientes afetados por uma falha encontrada em uma atualização de conteúdo dos usuários do Windows (…) não se trata de um incidente de segurança ou de um ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e corrigido”.

A falha nos sistemas de computadores teve impacto direto nos clientes das companhias aéreas, que enfrentaram dificuldades para realizar check-ins e reservas de voos globalmente. Hospitais tiveram que lidar com a interrupção de sistemas essenciais, afetando o cuidado aos pacientes. Já os varejistas enfrentaram problemas com processamento de pagamentos e gestão de estoque, prejudicando suas operações diárias. Essa situação ressalta a importância de investimentos em segurança cibernética e na diversificação de sistemas para evitar que uma falha em um único provedor de serviços cause impactos significativos em diversas áreas.

A complexidade e interconexão dos sistemas de tecnologia modernos demandam uma abordagem proativa para garantir a resiliência e a continuidade dos negócios em situações de crise.

Impacto no Brasil

Na manhã desta sexta-feira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o apagão cibernético global não afetou os sistemas de aviação brasileiros, que continuam operando normalmente. A Anac está monitorando a situação e mantendo contato com os operadores aéreos e aeroportuários para avaliar e minimizar possíveis impactos no setor. Em casos de atrasos, cancelamentos ou interrupções de voos, a Resolução nº 400 da Anac estabelece procedimentos a serem seguidos pelas empresas aéreas, incluindo informar os passageiros sobre remarcações e prestar assistência, conforme o tempo de espera.O Grupo Latam comunicou que, apesar da queda massiva de sistemas globalmente, a operação não foi impactada. No entanto, por precaução, recomenda que os passageiros verifiquem o status dos voos. O Ministério dos Transportes divulgou que o apagão cibernético afetou o sistema de manifestos de cargas de ferrovias da ANTT, mas a situação já está normalizada, sem prejudicar os usuários de rodovias. Todas as conexões e sistemas foram completamente restabelecidos pela equipe responsável da Agência, que agora operam normalmente. O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, afirmou: “Foi pontual e de curta duração, pois as equipes de TI restabeleceram todas as conexões e sistemas”.

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) informou que o apagão cibernético global afetou parcialmente os sistemas de check-in de algumas companhias aéreas, resultando em atrasos pontuais em voos. No entanto, sem impactos na operação de pousos e decolagens até o momento no Brasil. O controle de tráfego aéreo do país não foi afetado pelo apagão. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) posteriormente comunicou que a instabilidade no sistema global de segurança cibernética não impactou a operação das companhias associadas no Brasil.

No sistema financeiro, pelo menos quatro aplicativos de bancos brasileiros apresentaram falhas nesta sexta-feira, dia em que um apagão cibernético global tem afetado operações no exterior e em diversos setores da economia. A relação dessas falhas com o evento global ainda não foi confirmada. Relatos indicam problemas de acesso nos aplicativos do Bradesco, Next, Banco Pan e Neon. O Bradesco e sua marca digital Next confirmaram que seus canais digitais foram afetados, enquanto os terminais de autoatendimento continuam funcionando normalmente. Banco do Brasil e Itaú Unibanco afirmaram que seus canais digitais seguem operando sem problemas.

Outros bancos brasileiros também enfrentam instabilidades nos canais de atendimento devido ao apagão cibernético global. A B3 assegurou que seus serviços e plataformas não foram afetados pela falha técnica que atingiu diversos setores globalmente, garantindo o pleno funcionamento do mercado. O Banco Central reportou que todos os seus sistemas estão operando normalmente. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o apagão cibernético global não impactou suas atividades nem a operação do Sistema Interligado Nacional. A infraestrutura computacional do ONS não foi afetada, não sendo diretamente relacionada ao evento. As equipes continuam monitorando os reflexos do ocorrido.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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