Evolução da taxa de câmbio no segundo trimestre preocupa indústria

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A taxa de câmbio surge como um dos desafios primordiais para cerca de 20% das empresas industriais no segundo trimestre de 2024, de acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em levantamento anterior, a taxa de câmbio ocupava a 17ª posição entre os problemas mais mencionados, porém, saltou para a quarta colocação no ranking atual. Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI, explicou que essa ascensão significativa no ranking está diretamente ligada à intensa desvalorização da moeda ocorrida entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano. Além da taxa de câmbio, o estudo da CNI também avaliou o nível de satisfação das empresas com suas condições financeiras, incluindo lucratividade e acesso ao crédito.

A insatisfação com os lucros e as dificuldades de acesso ao crédito permaneceram em níveis significativos, com índices de satisfação muito aquém da marca de 50 pontos, que representaria uma avaliação considerada normal dessas condições. Azevedo ressaltou que a depreciação da moeda teve um impacto direto nas preocupações dos empresários, refletindo-se na alta classificação da taxa de câmbio no rol de problemas. Os três principais obstáculos apontados pela indústria foram a elevada carga tributária, mencionada por 35,5% das empresas, a insuficiência da demanda interna, citada por 26,3%, e a escassez ou elevado custo de matéria-prima, indicada por 23,1%. A taxa de câmbio, com 19,6%, posicionou-se logo em seguida.

Essas questões não impactam somente as empresas industriais, mas também têm repercussão direta na inflação, afetando todos os cidadãos brasileiros. O panorama econômico atual, marcado pela desvalorização da moeda, impõe um desafio adicional para as empresas do setor, que já lidam com uma série de adversidades. A conjunção de carga tributária elevada, demanda interna insuficiente e custos majorados de matéria-prima cria um ambiente empresarial intricado e desafiador. Nesse contexto, torna-se ainda mais evidente a necessidade de políticas econômicas eficazes e do respaldo governamental para atenuar esses problemas e fomentar um ambiente mais propício ao crescimento industrial.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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