### Julgamento do Caso Elitânia de Souza Adiado Pela Quinta Vez
O júri popular do feminicídio da jovem quilombola Elitânia de Souza, inicialmente agendado para esta quarta-feira (24) no Fórum Augusto Teixeira de Freitas, em Cachoeira, foi mais uma vez adiado, marcando a quinta vez que o julgamento de Alexandre Passos Silva Góes, acusado do homicídio, teve sua data remarcada.
De acordo com informações do Odara – Instituto Mulher Negra, o júri será realizado no dia 31 de julho, às 9h30. O novo agendamento foi comunicado por despacho divulgado no sistema na noite de segunda-feira (22), menos de 48 horas antes da data programada, o que, segundo Letícia, impacta na mobilização de todos os envolvidos.
Com o adiamento, também foi reagendado para o dia 31, às 8h, o ato organizado pelo Odara e pela Tamo Juntas – Assessoria Multidisciplinar Gratuita para Mulheres, que convocam ativistas e pessoas solidárias ao caso para se reunirem em frente ao fórum em um ato público em busca de justiça para Elitânia e outras mulheres negras vítimas de violência e feminicídio.
Maria Letícia Ferreira, advogada da Tamo Juntas, organização que presta assistência de acusação juntamente ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) no caso, destaca que mais um adiamento “causa indignação devido ao longo tempo decorrido desde o crime, à revitimização imposta aos familiares, além da necessidade de intimar novamente todos os jurados e testemunhas”.
Alexandre será julgado por homicídio duplamente qualificado (feminicídio e por ter sido à traição, emboscada). As advogadas Maria Letícia Ferreira e Rosane Muniz, da Tamo Juntas, esperam que Alexandre seja condenado com todas as qualificadoras.
### O Caso
Em 27 de novembro de 2019, Elitânia de Souza da Hora, de 25 anos, estudante do 7º período de Serviço Social, foi surpreendida e morta a tiros por Alexandre enquanto voltava para casa com uma amiga após as aulas no campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em Cachoeira. O agressor não aceitava o fim do relacionamento.
Informações preliminares indicam que Elitânia havia relatado a pessoas próximas sobre as agressões e ameaças que sofria do ex-companheiro, inclusive tendo registrado duas queixas contra ele. Ela estava sob medida protetiva concedida pela Justiça para impedir a aproximação do agressor.
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