Situações alarmantes de exposição a violência e riscos iminentes de morte afetam crianças e adolescentes, com idades entre 8 e 16 anos, que estão envolvidos no tráfico de drogas em uma conhecida quadra em Ceilândia, uma das regiões administrativas mais populosas do Distrito Federal. A QNN 19 tem sido utilizada há anos como um ponto de venda de entorpecentes, com a exploração desses menores, tudo isso ocorrendo a apenas 5 minutos da Delegacia da Polícia Civil da capital federal.
O Metrópoles passou dias na QNN 19, observando de perto a rotina dos meninos. Conhecidos como “aviõezinhos”, esses menores são estrategicamente posicionados em cada esquina da área e realizam a intermediação entre traficantes e usuários durante as transações de entorpecentes.
De acordo com uma fonte que preferiu manter o anonimato, os “clientes” avisam previamente sobre sua chegada à região, permitindo que os menores instruídos retirem as drogas de esconderijos e as entreguem aos compradores de forma rápida e discreta. A presença do tráfico passa despercebida a olhares menos atentos.
Além da delegacia da Polícia Civil do Distrito Federal, viaturas da Polícia Militar também realizam rondas na área. A PMDF lamenta a apreensão de vários menores envolvidos no crime de tráfico de drogas, muitas vezes sendo liberados como usuários, conforme informado pela corporação.
Somente no primeiro semestre deste ano, os militares apreenderam 117 menores por “delitos diversos” em toda Ceilândia, enquanto na mesma região quase 100kg de entorpecentes foram confiscados durante o mesmo período.
Conforme previsto no artigo 104 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), menores de 18 anos são considerados inimputáveis, o que significa que não podem ser condenados. Portanto, quando um menor comete um ato tipificado como crime, ele incorre em um ato infracional análogo ao crime, e não no crime em si.
Segundo o último levantamento do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), que conta com dados de 15 estados, o tráfico de drogas foi o segundo ato infracional mais recorrente. A situação envolvendo menores no tráfico de drogas, especialmente nas proximidades de autoridades policiais, requer uma abordagem urgente e eficaz para garantir a segurança e proteção dessa parcela vulnerável da população.
Nos últimos anos, o tráfico de drogas tem sido um dos crimes mais recorrentes entre menores de idade, seguido de roubo. Em terceiro lugar nas estatísticas, está o homicídio doloso.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), através da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude, iniciou uma investigação sobre a exploração de crianças e adolescentes por traficantes no DF. A decisão do órgão veio após a divulgação de denúncias pelo veículo Metrópoles.
Segundo o MP, a 2ª Promotoria Civil da Infância e Juventude (Procível-IJ) ficará encarregada de conduzir o processo de apuração. Quando questionado, o órgão afirmou que está ciente do caso e está avaliando as medidas necessárias.
A situação das crianças e adolescentes utilizados como “peões” pelos traficantes remete às peças de xadrez sacrificadas primeiramente. Eles são obrigados a cumprir metas impostas durante longas jornadas de trabalho exaustivas.
Essas jovens pessoas são submetidas a um ambiente de constante perigo de morte e expostas a diversas formas de violência. O cenário em que estão inseridas é extremamente hostil e perigoso para suas vidas e bem-estar.
As imagens que ilustram essa realidade chocante mostram menores envolvidos no tráfico de drogas, sendo manipulados e explorados de maneiras cruéis. As fotos evidenciam a dureza e brutalidade desse contexto, expondo a vulnerabilidade desses jovens diante de criminosos.
É fundamental que medidas efetivas sejam tomadas para proteger essas crianças e adolescentes, garantindo-lhes um ambiente seguro e longe da criminalidade. A atuação das autoridades competentes nesse caso se faz necessária para coibir essas práticas abusivas e garantir o respeito aos direitos desses jovens.
A sociedade como um todo deve estar atenta a essas situações e denunciar qualquer forma de exploração de menores, colaborando assim para a proteção e defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Juntos, é possível criar um ambiente mais seguro e saudável para as futuras gerações.Menores, conhecidos como “aviõezinhos”, são recrutados pelo narcotráfico a aproximadamente 35 minutos da capital do país.
Utilizados como “peões” – fazendo alusão às peças de xadrez sacrificadas primeiro – essas crianças e adolescentes são submetidos a cumprir metas impostas por traficantes durante jornadas exaustivas.
Tudo isso ocorre em um ambiente com risco iminente de morte e exposição a vários tipos de violência.
Os menores são utilizados no tráfico de drogas, sendo uma triste realidade presente na região.
Adultos próximos aos menores, seja encostados em muros ou sentados em cadeiras de comércio, fiscalizam o tráfico na área.
No cenário investigado, ao redor do quiosque localizado atrás da via principal da quadra, pelo menos quatro adolescentes são responsáveis pela entrega de substâncias ilícitas. Durante uma das visitas ao endereço, a reportagem presenciou o momento em que um dos adolescentes retira drogas de trás de uma lixeira e entrega ao condutor de um veículo Sandero prata, que parte rapidamente do local.
Outro registro mostra um menino escondendo drogas dentro do pneu de uma Fiorino, veículo de uma distribuidora de bebidas. O comércio em questão apresenta uma grande movimentação de crianças e adolescentes.
Outra filmagem destaca uma mulher descendo de um carro prateado e dirigindo-se a um dos “aviõezinhos”. Ela conversa com o menor, entrega algo e retorna ao veículo. Esse comportamento é replicado por vários outros carros que passam pelo local ao longo do dia.
O veículo de imprensa Metrópoles questionou a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) sobre o número total de menores apreendidos pelas autoridades locais devido ao envolvimento com o tráfico de drogas. No entanto, a SSP-DF indicou que a solicitação deveria ser encaminhada à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que afirmou não possuir os dados requisitados.
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