O teste final da cápsula CST-100 Starliner, da Boeing, foi concluído com sucesso enquanto estava acoplada à Estação Espacial Internacional. A NASA agora está se preparando para a viagem de retorno do veículo, porém ainda não definiu a data exata.
Este voo de certificação foi o primeiro a transportar tripulação com este modelo de espaçonave, colocando a empresa americana como a segunda no mundo a enviar astronautas ao espa&ccedço após a SpaceX. No entanto, a missão enfrentou diversos desafios, incluindo vazamentos e falhas de propulsores.
Devido aos contratempos, a missão, que foi lançada em 6 de junho e originalmente programada para durar oito dias, já está dentro do espa&cced;o há quase dois meses, com os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams reforçando a tripulação da Estação Espacial Internacional enquanto aguardam o retorno à Terra.
O mais recente teste realizado no último fim de semana envolveu o disparo de todos os propulsores auxiliares do módulo de serviço da Starliner, com exceção de um que havia apresentado desempenho inferior durante a aproximação à estação em junho.
Steve Stich, gerente do programa comercial tripulado da NASA, destacou a importância do teste para garantir o desempenho adequado do sistema antes da desacoplagem da espaçonave.
De acordo com Stich, o plano continua sendo trazer a dupla de astronautas de volta na própria Starliner, visando finalizar a certificação da cápsula para voos futuros e testar todos os procedimentos relacionados ao retorno, como o uso dos trajes pressurizados e a recuperação dos astronautas pós-pouso. O retorno está previsto para ocorrer em terra firme, no deserto do Novo México.
A data exata do retorno ainda não foi definida pela NASA e Boeing, que esperam concluir a análise dos dados deste último teste e realizar uma revisão final de autorização nos próximos dias. Se tudo ocorrer conforme o planejado, a volta da Starliner pode acontecer entre 19 e 20 de agosto, embora o intenso tráfego na Estação Espacial Internacional nas próximas semanas possa afetar essa programação.
Um plano alternativo, caso a dupla não retorne na Starliner, seria trazê-los de volta em uma Crew Dragon da SpaceX, demonstrando a redundância necessária em situações de contingência.
A cápsula da Boeing está prestes a concluir sua certificação, mesmo após os desafios enfrentados.<br>
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**Aprendizagem em Órbita**<br>
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Recentemente, equipes da Boeing realizaram uma série de testes em solo para investigar as falhas detectadas na missão. Os problemas incluíram vazamentos de hélio no sistema de propulsão e desempenho insatisfatório dos propulsores auxiliares RCS.<br>
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Inicialmente, um pequeno vazamento de hélio foi identificado antes do lançamento, considerado não crítico. Durante a missão, outros vazamentos menores foram observados, porém a empresa assegura que há gás suficiente para manter a pressão nos tanques de propulsores.<br>
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Quanto aos propulsores auxiliares, que tiveram desempenho abaixo do esperado durante a missão, os engenheiros realizaram testes em solo para simular as condições de voo. Descobriram que as falhas podem estar relacionadas às variações de temperatura no espa&cced;o onde são armazenados no módulo da espa&cced;onave.<br>
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Durante o desenvolvimento, a detecção dessas falhas era desafiadora, pois trata-se de um problema sistêmico, influenciado pela posição da nave e a exposição ao Sol no espaço, conforme explicou Stich.<br>
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Para os próximos voos, a solução pode envolver ajustes na ativação dos propulsores para controlar a temperatura ou uma reformulação na disposição desses componentes no módulo, sendo esta última opção mais complexa.<br>
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Baseados nos novos dados, tanto a Nasa quanto a Boeing expressaram confiança na capacidade da Starliner de realizar o retorno seguro da tripulação à Terra. A empresa revisou seu planejamento para o retorno da espa&cced;onave, eliminando atividades de controle manual após a desacoplagem, optando por direcionar a cápsula para sua rota de reentrada na atmosfera terrestre por meio de comandos automatizados.<br>
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