Cão Joca: Justiça pergunta se comandante sabia de animal a bordo

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A Justiça de São Paulo (TJSP) determinou nesta segunda-feira (29/7) que a Polícia Civil investigue junto à empresa Gollog se o comandante da aeronave tinha conhecimento de que o cachorro Joca estava a bordo durante o voo que resultou na morte do animal em 22 de abril.

O golden retriever de 5 anos veio a falecer devido a um equívoco no serviço de transporte da companhia aérea Gol, em um voo que deveria partir do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com destino ao Aeroporto Municipal de Sinop, no Mato Grosso, voo de número 1480.

No entanto, a empresa aérea embarcou Joca em um voo com destino a Fortaleza, capital do Ceará. Seu tutor, João Fantazzini, só foi informado do erro ao chegar ao Mato Grosso. O percurso, que teria uma duração de até 2 horas e meia, acabou se estendendo por cerca de 8 horas. De acordo com o relatório da investigação, o animal permaneceu em Fortaleza por aproximadamente 40 minutos, vindo a falecer a bordo da aeronave no retorno a São Paulo.


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Golden retriever Joca morreu em voo da Gol

Golden retriever Joca morreu em voo da Gol
Golden Retriever tinha 5 anos
João Fantazzini e Joca
O tutor postava fotos com Joca nas redes sociais

O magistrado Gilberto Azevedo Costa solicitou esclarecimentos sobre a investigação interna da Gollog, e as ações tomadas após o falecimento de Joca em abril. No início de julho, a Polícia Civil de São Paulo encerrou suas investigações.A investigação foi concluída e ninguém foi indiciado.

Conforme noticiado pelo G1, o juiz solicitou uma investigação à Infraero, embora a gestão do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde o cão embarcou, seja responsabilidade da GRU Airports.

De acordo com o laudo da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), a morte do cachorro foi causada por choque cardiogênico, uma falha do coração em bombear sangue para os órgãos.

O Ministério Público e um juiz ainda irão se pronunciar sobre o inquérito da Polícia Civil e podem solicitar investigações adicionais.

A Gol expressou seu profundo pesar pela morte de Joca e solidariedade com o sofrimento de seu tutor. A companhia admitiu que uma falha operacional resultou no embarque do cachorro no voo errado e afirmou que a apuração dos detalhes está sendo conduzida com total prioridade.

Choque Cardiogênico

O laudo necroscópico da morte do cachorro revelou que ele faleceu após seu coração perder a capacidade de bombear sangue para os órgãos, um quadro clínico conhecido como choque cardiogênico.

Segundo o documento da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), o coração de Joca apresentava “hipertrofia do ventrículo esquerdo” e vasos sanguíneos obstruídos.

O laudo, datado de 16 de maio, foi o segundo ao qual o animal foi submetido e foi anexado ao inquérito da Polícia Civil.

O legista afirmou que os órgãos analisados apresentaram “acentuado grau de autólise”, tornando impossível realizar diagnósticos macroscópicos.

Na época, o advogado do tutor de Joca, Marcello Primo Muccio, destacou que o laudo necroscópico reforça a hipótese de que o cão tenha sido vítima de maus-tratos.

Ao Metrópoles, levantou-se a possibilidade de que Joca tenha enfrentado turbulência e exigiu que a polícia identifique o responsável pela morte.

“O simples fato de ter sido embarcado no voo errado já configura maus-tratos. Além disso, o depoimento do funcionário de Fortaleza indica que a caixa de transporte estava solta no porão da aeronave sem nenhum equipamento de segurança, o que comprova maus-tratos. Quem garante que não houve turbulência? Será que o piloto foi informado da presença de um animal naquele voo? O delegado precisa apontar o responsável pelo crime”, declarou o advogado.

Novo pet

O tutor do cachorro Joca recebeu um novo animal de estimação em 27 de junho. João Fantazzini ganhou um filhote da mesma raça como presente de sua mãe. O filhote, com dois meses e meio, foi nomeado Ástor.

“Foi uma surpresa enorme para mim. Pela manhã, eu estava no escritório trabalhando. O telefone tocou e era a equipe do taxidog. Eles tinham uma surpresa para mim, da minha mãe. Fiquei sem reação. A surpresa era esse filhote”, contou João Fantazzini em publicações em seu perfil no Instagram.

Ele esclareceu que a intenção não é substituir Joca com o novo cachorro. “Gratidão de todo meu coração! E tenho certeza de que nosso Joca está muito feliz e se deliciando com muitas maçãs e rúculas lá no céu! Joca veio com um propósito, e tenho a honra de dizer que ele é o filho de todos vocês”, afirmou João.

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