A Associação dos Advogados Criminalistas da Bahia (AACB) se pronunciou em defesa do advogado Marinho Soares, um dos alvos dos mandados de busca e apreensão realizados na segunda fase da Operação Cianose nesta quinta-feira (1º). A operação da Polícia Federal investiga possíveis envolvimentos de empresários e advogados na aquisição de respiradores durante a pandemia de Covid-19.
Em uma nota de solidariedade divulgada em seus perfis oficiais, a AACB manifestou que o advogado descreveu o acontecimento como “uma medida absurda”, alegando que a ação se deu em função dos honorários advocatícios que ele recebeu, provenientes de um trabalho comprovado realizado em um processo criminal, representando judicialmente um dos alvos da operação à época.
“Ações como essa que criminalizam a advocacia criminal ferem os princípios republicanos e democráticos que sustentam o estado de direito. É digno de nota e repúdio o cumprimento da medida cautelar sem a presença da decisão judicial que a autorizou, mais uma conduta que prejudica os princípios do devido processo legal e da presunção de inocência”, criticou a AACB.
Marinho Soares se pronunciou em um vídeo compartilhado em suas redes sociais, confirmando que foi alvo de um mandado da PF. No relato, o advogado mencionou que seu celular foi apreendido e que a polícia não encontrou provas em sua residência.
No total, a Polícia Federal cumpriu 34 mandados de busca e apreensão e medidas judiciais de sequestro de bens, expedidos pela Justiça Federal da Bahia, nos estados da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Os crimes investigados incluem licitações fraudulentas, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em Salvador, os agentes estiveram no Edifício Millenium, na Avenida Magalhães Neto, e no Condomínio Mansão Victory Tower, no Corredor da Vitória.
O objetivo da operação é recuperar os valores desviados na compra de respiradores pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste).

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