Nunes vira alvo de rivais, e debate tem Marçal agressivo e aliança entre Boulos e Datena

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Nunes tornou-se o principal foco dos concorrentes durante o debate de pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado nesta quinta-feira (8) na Band. Participaram do evento Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB).

Como esperado, o atual prefeito foi alvo de ataques dos rivais nos primeiros blocos, sendo questionado sobre sua administração e destacando conquistas para defender sua reeleição. Marçal adotou uma postura agressiva, recorrendo a ataques pessoais e perdendo o controle em determinados momentos.

Boulos e Datena tentaram formar alianças, mas o apresentador também criticou o deputado do PSOL, repetindo as acusações feitas por Nunes acerca do envolvimento do parlamentar em casos como a “rachadinha” do deputado André Janones (Avante-MG) e questionando seu comprometimento com a democracia, além de mencionar a suspeita de fraude eleitoral na Venezuela. Boulos também foi associado ao grupo terrorista Hamas.

A parceria entre Boulos e Datena foi instável, dando lugar a críticas do apresentador ao concorrente no decorrer do debate. Datena fez menções repetidas ao ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), argumentando que Nunes não seguiu os projetos deixados por Covas, que faleceu vítima de câncer em 2021.

Nos primeiros dois blocos, os candidatos evitaram uma polarização nacional, com poucas menções ao presidente Lula (PT) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), priorizando debates internos. O andamento do debate continuava até a publicação desta reportagem.

As acusações direcionadas a Nunes sobre suspeitas que o envolvem, como a investigação da “máfia das creches”, levaram o prefeito a afirmar que o público desejava um debate de alto nível. Por sua vez, Nunes apontou falhas em Boulos, sugerindo falta de ação do deputado, associando-o a protestos violentos e alegando sua ligação com o ditador venezuelano Nicolás Maduro, algo que Boulos contestou.

Marçal, ex-coach conhecido nas redes sociais, fez ataques aos concorrentes. Após ser confrontado por Tabata sobre questões da cidade – ela indagou sobre a Operação Água Branca e ele admitiu desconhecimento -, Marçal ofendeu a deputada, chamando-a de “adolescente” e “sabichona”, além de afirmar que ela considera Lula e Dilma Rousseff (PT) como heróis.

No auditório adjacente, apoiadores de Nunes e Boulos reagiram com indignação à postura de Marçal contra Tabata, sendo ouvidos gritos de “machista”, “babaca” e “misógino”.

O pré-candidato do PRTB procurou se apresentar como antissistema, prometendo ações para o progresso das pessoas e das empresas, destacando-se como alguém capaz de representar o eleitor comum. Ele enfatizou que estava acompanhado apenas por “candidatos de esquerda e centro-esquerda”, buscando atrair eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nunes, apoiado pelo ex-presidente, fez menções indiretas ao padrinho político, utilizado na estratégia de Boulos para desgastar o emedebista devido à alta rejeição a Bolsonaro na cidade. Por outro lado, Boulos conta com o apoio do presidente Lula, mas não se valeu diretamente dessa aliança, revertendo assim a tendência de nacionalização da disputa pelo menos neste primeiro embate presencial.No embate político televisivo, o debate entre os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo foi marcado por trocas de farpas e críticas ácidas. O apresentador Datena, que está afastado da Band, interagiu cordialmente com Boulos, ressaltando sua experiência na televisão para disfarçar a falta de experiência em gestão pública. “Há 26 anos compartilho do seu quotidiano diariamente em sua casa,” declarou.

Durante o confronto, Nunes confrontou Datena, alegando que ele foi condenado e estava envolvido em jogos com Boulos. Houve uma tentativa de aliança entre o prefeito e Marçal para enfatizar críticas a Boulos, porém, as perguntas foram majoritariamente direcionadas a Marçal e Datena. As tensões se intensificaram entre o prefeito e o candidato do PSOL, com referências pejorativas como “apresentador”.

Datena fez críticas genéricas às propostas dos adversários, evidenciando a fragilidade de uma candidatura apressada e acusando Nunes e Boulos de serem marionetes de Bolsonaro e Lula. No segundo bloco, os ataques entre os pré-candidatos prosseguiram, mas de forma indireta, revelando a polarização entre eles.

Boulos não poupou críticas a Nunes, chamando-o de “incompetente” e destacando sua escassa capacidade de acertos. O clima de apoio mútuo com Datena incluiu comentários desabonadores a respeito de Nunes. O apresentador chegou a mencionar associações do prefeito com o PCC, gerando uma resposta acalorada de Nunes.

Tabata, por sua vez, citou seu apoio tanto do governador quanto do ex-presidente Lula, destacando-se como a única candidata capaz de dialogar com ambos. No entanto, Tabata não recebeu muitas perguntas dos oponentes durante o debate. Em sua intervenção, ela também criticou Marçal, contra quem fora atacada anteriormente, questionando a pertinência de propostas mirabolantes.

Marçal excedeu-se em suas declarações ao insinuar que alguns concorrentes eram usuários de drogas ilícitas, prometendo apresentar provas durante o debate. Dirigindo-se a Boulos, fez insinuações depreciativas, sendo rebatido com acusações de psicopatia e mentira.

O debate ocorreu após o prazo das convenções partidárias, já encerrado, porém antes do limite para oficialização das candidaturas. Apenas Boulos e Marçal registraram seus candidaturas na Justiça Eleitoral. Uma pesquisa Datafolha divulgada no mesmo dia apontou um empate técnico entre Nunes e Boulos, seguidos por Datena e Marçal, com Tabata em posição mais distante.

Marina Helena, candidata pelo Novo, que teve um desempenho de 4% na pesquisa, não foi convidada para o debate e teve seu pedido judicial negado para participar. Marçal manifestou apoio a Marina, criticando sua exclusão do evento e declarando que ela foi injustamente vetada.

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