Justiça impede que Robert Kennedy Jr., candidato à Presidência dos EUA, apareça nas cédulas de votação em NY

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A participação de Robert Kennedy Jr., candidato independente à Presidência dos Estados Unidos, nas cédulas de votação do Estado de Nova York foi proibida por uma decisão judicial que pode ter repercussões em outros estados americanos. O candidato foi denunciado por um grupo de cidadãos, com o apoio de um comitê político ligado ao Partido Democrata, devido ao fornecimento de um endereço residencial considerado “falso” em Nova York. Kennedy, renomado advogado ambientalista de 70 anos, vive na Califórnia com sua esposa, a atriz Cheryl Hines, há uma década, embora tenha passado a maior parte de sua vida em Nova York.

A juíza Christina Ryba, após considerar os argumentos apresentados, determinou em uma sentença divulgada na noite de segunda-feira (12) que a petição de candidatura de Kennedy no estado seja invalidada. Ela instruiu a junta eleitoral de Nova York a não incluir o nome do candidato nas cédulas de votação para as eleições presidenciais de 5 de novembro. O advogado de Kennedy, William Savino, anunciou que irá recorrer da decisão, enquanto outros advogados entraram com uma ação em um tribunal federal de Manhattan alegando a “inconstitucionalidade” da decisão.

A Constituição dos EUA impede que candidatos à Presidência e Vice-Presidência que sejam do mesmo estado recebam votos eleitorais desse estado. No caso de Kennedy, sua companheira de chapa, Nicole Shanahan, também reside na Califórnia. Com 54 votos do colégio eleitoral, a Califórnia é crucial para as aspirações de qualquer candidato à Presidência.

A decisão da juíza Ryba pode servir de precedente para ações semelhantes em outros estados, uma vez que Robert utilizou o mesmo endereço em Nova York para coletar assinaturas necessárias para a inscrição de sua candidatura. Como descendente da dinastia Kennedy, ele está presente nas cédulas eleitorais de 19 estados, incluindo estados decisivos como Michigan e Carolina do Norte. Além disso, em outros 20 estados, sua campanha solicitou o reconhecimento como terceiro partido, incluindo Nova York.

Nas pesquisas, Kennedy figurou durante meses com uma média de 10% das intenções de voto, quando o presidente democrata Joe Biden ainda era candidato à reeleição contra o republicano Donald Trump. No entanto, após a desistência de Biden em favor da vice-presidente Kamala Harris, seu apoio caiu pela metade, estando agora em torno de 5%.

Diante das projeções acirradas para as eleições de novembro, o Partido Democrata tem buscado impedir a participação de candidatos independentes que possam dividir votos. “Eles não confiam em sua capacidade de vencer nas urnas, por isso tentam restringir a escolha dos eleitores”, afirmou Kennedy em comunicado à imprensa local na segunda-feira. “Vamos recorrer e vencer”, assegurou.

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