A Vara da Infância e da Juventude de Ilhéus lançou nesta quinta-feira (14) o Projeto “Olhe para Mim” às 14h30. O projeto tem como principal objetivo a proteção de crianças que vivem em contexto de violência doméstica. A iniciativa busca articular a rede local para enfrentar a violência doméstica contra a mulher, sob a ótica dos filhos que muitas vezes são expostos a essas situações.
A equipe do Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos (CEJUSC) de Ilhéus é responsável pelo desenvolvimento do projeto, liderado pela juíza Sandra Magali Brito Silva Mendonça, titular da Vara da Infância e da Juventude.
O Projeto “Olhe para Mim” representa a terceira fase de uma série de ações que tiveram início com círculos de apoio às mulheres vítimas e evoluíram para grupos reflexivos e educativos com os homens acusados de agressão.
Para fortalecer essas atividades, foi estabelecida uma parceria com a prefeitura de Ilhéus, visando integrar profissionais das áreas de psicologia, pedagogia, assistência social, entre outros. A Delegacia da Polícia Civil, as Varas Criminais, da Infância e do Júri, o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), o Conselho Tutelar e as escolas locais também participam ativamente da iniciativa.
O processo tem início quando o juiz da área criminal identifica a presença de crianças ou adolescentes durante o incidente. Nesse caso, o caso é encaminhado à Vara da Infância, onde é iniciado um processo específico para situações de violência contra menores. Um agente de proteção avalia o quadro da criança, coleta documentos e realiza estudos sociais e psicológicos para entender o impacto da violência.
Posteriormente, o processo é encaminhado ao CEJUSC, onde são realizados círculos de diálogo reflexivos com os pais e familiares, para conscientizá-los e promover o comprometimento com os cuidados aos filhos. Acordos alcançados são homologados pela Vara da Infância. Simultaneamente, o facilitador do projeto realiza círculos com a criança e sua turma na escola para apoiar seu bem-estar de forma indireta.
A abordagem do projeto visa criar um ambiente seguro para que as crianças possam expressar suas emoções de forma indireta, garantindo o reconhecimento e valoração de suas experiências. Em casos de sofrimento significativo, as crianças são encaminhadas para acompanhamento psicológico, com a responsabilidade dos pais em garantir esse suporte.
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