Tropas ucranianas avançam na Rússia e querem criar ‘zona tampão’

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Tropas ucranianas avançam na Rússia com o objetivo de estabelecer uma espécie de “zona tampão” e corredores humanitários. O Exército ucraniano lançou uma grande operação dentro do território russo, surpreendendo Moscou e capturando mais de 100 militares russos. O presidente Volodimir Zelensky informou através do Telegram que as tropas avançaram de um a dois quilômetros em várias zonas da região de Kursk desde o início do dia.

Durante a noite, Zelensky reiterou que o avanço das tropas estava indo conforme o planejado, mencionando que estavam alcançando seu objetivo estratégico. A Ucrânia, independente desde 1991, busca criar uma “zona tampão” na região para proteger suas comunidades fronteiriças dos bombardeios diários, além de abrir corredores humanitários para a evacuação de civis e permitir o acesso de organizações internacionais de ajuda humanitária.

A incursão provocou a retirada de mais de 120 mil pessoas, resultando na morte de 12 civis e mais de cem feridos, de acordo com autoridades russas. As forças terrestres russas, com apoio aéreo, drones e artilharia, conseguiram repelir os avanços dos grupos inimigos em blindados tentando penetrar profundamente no território russo.

As batalhas intensas na região de Kursk foram destacadas pelo presidente Zelensky, que afirmou que 74 localidades estavam sob controle ucraniano, e foram registradas prisões de centenas de soldados russos. O governador de Belgorod decretou estado de emergência devido aos bombardeios ucranianos, enquanto o comandante ucraniano alegou a conquista de 1.000 km² de território russo.

As autoridades russas relataram a perda de controle de 28 localidades para as tropas ucranianas, abrangendo uma área de 40 quilômetros de largura e 12 de profundidade. Os avanços ucranianos na região de Kursk totalizaram 800 km², de acordo com dados do Instituto para o Estudo da Guerra, utilizando fontes russas para análise. Em comparação, a Rússia ocupou 1.360 km² de território ucraniano desde o início do ano.

O porta-voz das Relações Exteriores ucranianas, Georgy Tiji, assegurou que a Ucrânia não pretende anexar territórios em Kursk e está disposta a cessar as hostilidades caso Moscou aceite uma “paz justa”. Desde fevereiro de 2022, a Ucrânia enfrenta uma ofensiva russa que já resultou na ocupação de até 20% do seu território, incluindo a Crimeia. As negociações de paz estão paralisadas devido às divergências entre as partes envolvidas.

Zelensky declarou que está trabalhando em um plano antes das próximas eleições presidenciais.Nos Estados Unidos, em novembro, seu principal aliado, está sendo considerado como uma possível sede para uma reunião de paz com a participação do Kremlin. Foi estabelecido pelo homólogo russo, Vladimir Putin, como exigência para as negociações que Kiev abandone os territórios ocupados por Moscou e desista de buscar adesão à Otan, requisitos considerados inaceitáveis pela Ucrânia e seus aliados ocidentais. Na terça-feira, o presidente americano, Joe Biden, mencionou que a ofensiva ucraniana “cria um verdadeiro dilema para Putin”.

Os russos, manifestando entre a ansiedade e o desdém, observam atentamente os acontecimentos. Para a Ucrânia, a incursão recente eleva a moral de suas tropas, após meses em posição defensiva e cedendo terreno para o inimigo, que está reforçado com mais armas e soldados. Em Moscou, paira um sentimento de angústia. Olga Raznoglazova, residente a 30 km da usina nuclear de Kursk, expressou: “Estamos muito preocupados. Pelo que sabemos, a ofensiva está sob controle e nossos soldados estão tomando as medidas necessárias para nos defender”.

Roman, de 41 anos, que atua na Marinha, minimizou o ataque. Para ele, trata-se apenas de um “pequeno grupo de sabotadores” armados pelas potências ocidentais e pela Otan. Ele enfatizou que “o Exército russo os eliminará sem dificuldades”.

*Com informações da AFP

Publicado por Carolina Ferreira

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