A Polícia Federal realizou a prisão de suspeitas envolvidas em fraudes relacionadas aos benefícios do INSS, em uma operação no Vale do Jiquiriçá. Na manhã desta quarta-feira (21), policiais federais cumpriram dois mandados de prisão e quatro de busca e apreensão nas cidades de Mutuípe e Ubaíra. A ação, denominada “Unlocked”, teve como objetivo desmantelar um grupo criminoso que atuava fraudando empréstimos consignados em benefícios previdenciários em diversas regiões do país.
O esquema contava com a participação de uma estagiária da Agência da Previdência Social (APS) em Ubaíra e uma operadora financeira de Mutuípe. As investigações tiveram início há aproximadamente quatro meses, quando foi identificado um alto número de desbloqueios de benefícios previdenciários para empréstimos consignados na APS de Ubaíra.
De acordo com a Polícia Federal, a estagiária da agência realizava desbloqueios em larga escala sem seguir as normas internas do INSS. Mais de oito mil desbloqueios foram identificados em um período de um ano. Além disso, os desbloqueios eram efetuados sem o consentimento dos titulares dos benefícios. Em vez de anexar uma cópia do documento de identificação com foto do beneficiário no sistema do INSS, a estagiária inseria uma imagem de um pinguim.
A operadora financeira de Mutuípe enviava diariamente uma lista com dezenas de nomes, números de benefícios e CPFs para a estagiária de Ubaíra. Esse “serviço” era realizado mediante uma compensação financeira. Posteriormente, outros membros do grupo, em diferentes localidades do país, falsificavam a documentação do beneficiário para abrir contas bancárias e obter valores através de empréstimos consignados.
A Polícia Federal informou que as investigações continuam em andamento para identificar outros suspeitos, além de apurar a quantidade de empréstimos fraudulentos e os valores desviados. Os envolvidos serão responsabilizados por estelionato, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas de informações, podendo enfrentar penas que somadas podem chegar a até 15 anos de prisão.

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