Muitas pessoas ainda se veem envolvidas em situações de estelionato e golpes. Os criminosos exploram a vulnerabilidade das vítimas em busca de benefícios financeiros indevidos. O motivo pelo qual as pessoas caem nestes golpes está relacionado ao fato de não estarem constantemente desconfiando e pensando em possíveis más intenções, agindo com honestidade e boa vontade em auxiliar o próximo.
Uma história emblemática envolve duas vítimas que foram enganadas pelo golpe do “bilhete premiado”. Durante uma audiência em que eu atuava como juiz criminal, elas testemunharam terem sido abordadas na rua por um senhor aparentemente necessitado, que solicitou ajuda para resgatar um suposto “bilhete premiado” na Caixa Econômica Federal, prometendo recompensa. Ambas relataram a perfeita encenação do golpista, resultando em uma perda de R$ 70 mil para uma e 15 mil euros para a outra. A persuasão do estelionatário foi tão convincente que elas demoraram a perceber que haviam caído no golpe.
Outro exemplo é o “golpe da bolinha”, no qual a vítima precisa adivinhar em qual dos espaços uma bolinha está escondida. Ao questionar um réu envolvido nesse golpe sobre a razão das vítimas nunca acertarem o local correto, ele respondeu com cinismo: “O mundo está cheio de otários, doutor!”
O número de golpes praticados por telefone tem crescido de forma alarmante. Mensagens falsas são enviadas com frequência, como no caso do falso empréstimo, no qual as vítimas são convencidas a fornecer dados pessoais e realizar depósitos antecipados para um crédito inexistente.
No golpe do WhatsApp, fraudadores clonam números de telefone e utilizam perfis falsos para solicitar dinheiro aos contatos da vítima. Já no golpe da falsa Central de Atendimento, os criminosos se passam por funcionários de instituições bancárias para obter dados pessoais e desviar fundos das contas das vítimas.
Outras práticas incluem o golpe do Pix, no qual criminosos oferecem falsas promoções para induzir transferências via Pix, e o golpe do mecânico ou eletricista, em que o golpista se passa por parente necessitando de dinheiro para supostos reparos em viagem a Brasília.
O estelionatário costuma ligar dizendo: “Tio, tia, estou a caminho e vou ficar na sua casa, mas preciso de dinheiro para pagar o mecânico e o eletricista, que não aceitam cartão. Não consigo fazer o pagamento pelo celular devido ao sinal fraco na estrada.” Infelizmente, muitas vítimas acabam transferindo dinheiro acreditando na suposta emergência familiar.
Estelionatários estão cada vez mais criativos em suas abordagens para extorquir dinheiro das vítimas. Mulheres precisam ficar atentas aos estelionatários sentimentais, que se aproximam sob falsas pretensões para aplicar golpes e se apropriar de seus bens. Uma vítima, com formação superior, emprego estável e bem informada, desabafou dizendo: “Ele parecia ser a pessoa mais maravilhosa do mundo. Porém, em apenas três meses de relacionamento, conseguiu me desfalcar completamente, convencendo-me a fazer empréstimos que totalizam mais de R$ 400 mil, e então simplesmente desapareceu. Ele arruinou minha vida!”
O golpe do “falso sequestro” de um familiar tem sido outra tática para extorquir dinheiro de inúmeras vítimas. Atualmente, há indivíduos se passando pelo INSS, solicitando informações pessoais para uma suposta atualização de cadastro. Contudo, na realidade, eles buscam obter tais dados para fins fraudulentos, visando roubar dinheiro e utilizar os cartões de crédito das vítimas.
Outro golpe em ascensão é o da “confirmação de compras no cartão de crédito” por telefone. O estelionatário liga para a vítima solicitando confirmação de uma compra realizada com o seu cartão. Quando a vítima nega ter feito tal compra, o criminoso pede que a vítima atualize seus dados pessoais e senha, resultando no roubo de dinheiro e possíveis novas fraudes com o cartão da vítima.
A prevenção é a melhor forma de combater esses tipos de crimes. Sempre certifique-se da identidade da pessoa que solicita informações pessoais ou financeiras, bem como de quem se aproxima de você. Utilize canais oficiais para contatar instituições e esteja atento a links e mensagens suspeitas. Evite compartilhar senhas ou códigos de segurança por telefone ou mensagens.
Mantenha a calma e verifique a veracidade das solicitações antes de agir em situações de emergência. É fundamental registrar um boletim de ocorrência para que as devidas providências sejam tomadas. Não é necessário viver paranoicamente, porém, mantenha-se sempre alerta a situações fora do comum.
É importante desconfiar sempre e adotar medidas de segurança para se proteger contra golpes. A educação financeira e a conscientização sobre os tipos de fraudes existentes são essenciais para evitar cair em armadilhas de estelionatários cada vez mais engenhosos.
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