Mensagens mostram “subordinação” de ex-secretário adjunto da Saúde a Paulo Octávio

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Conversas realizadas por meio de um aplicativo de celular expõem que o ex-secretário adjunto de Gestão em Saúde do Distrito Federal, Bruno Tempesta, estava subordinado a Paulo Octávio, proprietário do prédio alugado pela Secretaria de Saúde do DF por R$ 39 milhões. Tempesta foi encarregado de gerenciar o contrato, firmado em 2020 e ainda em vigor.

Ao mencionar o contrato milionário da Secretaria de Saúde, Tempesta declarava que “missão dada é missão cumprida” e enviava um emoji de “continência”.

Mesmo após deixar o cargo de secretário adjunto de Gestão em Saúde, Tempesta manteve os diálogos com Paulo Octávio e solicitou apoio do empresário para conseguir ser promovido ao posto de coronel do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).

Confira trechos das conversas:


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Bruno Tempesta e PO: Uma viagem fotográfica com muita personalidade

Bruno Tempesta é fotógrafo e produtor cultural, conhecido por seu olhar único e criativo. Suas fotografias captam momentos de forma singular, destacando a essência de cada cena.

A parceria entre Bruno Tempesta e a PO, uma marca de roupas renomada, resultou em uma colaboração que uniu moda e arte em um projeto inovador. As imagens expressam não apenas o estilo da marca, mas também a sensibilidade artística de Tempesta.

Cada fotografia revela uma narrativa visual cativante, onde a composição, iluminação e expressões dos modelos se combinam harmoniosamente. O resultado são imagens que transcendem o simples registro, e se tornam verdadeiras obras de arte.

A variedade de cenários e a estética cuidadosamente pensada em cada detalhe evidenciam a dedicação e o talento de Bruno Tempesta. Cada foto conta uma história única, convidando o espectador a mergulhar em um universo de criatividade e estilo.

A parceria entre o fotógrafo e a marca vai além do aspecto comercial, sendo uma colaboração artística que celebra a originalidade e a expressão visual. A sinergia entre ambos resultou em um trabalho que se destaca pela autenticidade e pela abordagem única em cada imagem.

A série de fotos criadas por Bruno Tempesta para a PO representa a fusão entre a moda e a arte, onde cada peça de roupa é valorizada e elevada a um patamar de expressão artística. Através das lentes do fotógrafo, a coleção ganha vida e personalidade.

A criatividade e o talento de Bruno Tempesta se manifestam em cada clique, revelando um profissional que domina a linguagem visual e sabe como transmitir emoções e conceitos através da imagem. Sua parceria com a PO resultou em uma coleção de fotografias que cativam e inspiram.

Essa colaboração representa a junção de duas mentes criativas em busca da excelência artística, resultando em um trabalho que transcende as fronteiras entre moda e arte. Bruno Tempesta e a PO nos convidam a mergulhar nesse universo visual, onde cada foto é uma história, cada cena é uma expressão de estilo e originalidade.No período entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021, mensagens obtidas pela coluna “Grande Angular” revelaram informações sobre o empresário Paulo Octávio. Seu celular foi apreendido em 2021, durante a Operação Maré Alta, na qual ele foi acusado de irregularidades em um contrato de aluguel com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape).

Durante as investigações da Operação Maré Alta, foram identificados indícios de possíveis crimes envolvendo o empresário. Os investigadores ficaram chocados com algumas situações que sugerem que o agente público Bruno Tempesta poderia estar atuando em favor dos interesses de Paulo Octávio, indo contra os princípios fundamentais da administração pública.

Em março de 2024, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou uma operação para investigar suspeitas de crimes como dispensa indevida de licitação, fraude, corrupção ativa e passiva, e organização criminosa relacionados ao aluguel do prédio PO700 pela Secretaria de Saúde do DF. A perícia dos celulares apreendidos é aguardada pelos investigadores.

No dia 7 de dezembro de 2020, Tempesta enviou a Paulo Octávio um documento interno da Secretaria de Saúde que discutia a escolha do prédio PO700 como nova sede da pasta. O secretário adjunto afirmou estar à disposição e disponibilizou-se para esclarecimentos. Esse documento estava em um processo administrativo classificado como sigiloso, de acordo com a investigação.

Quando o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) solicitou esclarecimentos ao governo sobre o aluguel do PO700, o secretário adjunto de Gestão em Saúde procurou alinhar estratégias com o empresário Paulo Octávio.

Em 11 de dezembro de 2020, Tempesta encaminhou a Paulo Octávio o documento da Secretaria de Saúde que justificava a contratação do prédio. Ele finalizou a defesa e enviou a primeira versão para que fosse repassada ao advogado de Paulo Octávio. O gestor da pasta colocou-se à disposição para esclarecimentos e alinhamento de estratégias, caso fosse necessário.Paulo Octávio era mantido informado por Tempesta sobre os pagamentos realizados para a empresa. Em 4 de fevereiro de 2021, o secretário adjunto assinou documentos relevantes para o empresário, como o atesto para pagamento do aluguel e o termo de recebimento do imóvel, enviando-os ao empresário com a frase: “Missão dada é missão cumprida”.

No mês seguinte, em 1º de março de 2021, o gestor da Secretaria de Saúde informou ao empresário que o pagamento de dezembro tinha sido realizado e que estavam trabalhando para efetuar o pagamento de janeiro. Ele comunicou: “Esse será mais rápido”.

Tempesta ocupou o cargo de secretário adjunto de Gestão em Saúde de setembro de 2020 a abril de 2021. Em 14 de maio de 2021, ele enviou a Paulo Octávio um documento interno da Secretaria de Saúde assinado por ele antes de sua exoneração, sugerindo flexibilidade em relação ao Decreto Distrital nº 33.788/2012 para abrir uma exceção nas exigências quando o aluguel era destinado às unidades de saúde. Mais uma vez, escreveu: “Missão dada, presidente, é missão cumprida. Eis o processo”.

Em dezembro de 2021, Tempesta solicitou duas vezes a Paulo Octávio apoio para a sua promoção ao cargo de coronel do Corpo de Bombeiros. No mesmo mês, ele foi promovido ao cargo máximo.

A relação entre Paulo Octávio e Tempesta revela um padrão de proximidade e cooperação mútua, demonstrando um apoio constante por parte do secretário adjunto para com os interesses do empresário. As mensagens trocadas entre os dois indicam uma relação de confiança e cumplicidade nas ações realizadas em benefício mútuo.

Essa parceria, embora possa ser interpretada como uma colaboração legítima entre setores públicos e privados, levanta questões sobre possíveis conflitos de interesse e favorecimento. A transparência nas relações entre agentes públicos e privados é fundamental para garantir a lisura e legalidade das ações governamentais.

É essencial que casos como esses sejam devidamente investigados para assegurar a integridade e ética na condução dos assuntos públicos, evitando práticas que possam comprometer a confiança da população nas instituições governamentais. A transparência e a prestação de contas são pilares fundamentais para uma gestão pública eficiente e responsável.Recentemente, a Secretaria de Saúde firmou um contrato inicial com a empresa de Paulo Octávio no valor de R$ 32 milhões para o aluguel do PO700, pelo período de três anos. No entanto, ao término de 2023, o contrato foi prorrogado por mais três anos, com um acréscimo de aproximadamente R$ 39 milhões, representando um aumento de 21,8%.

Em maio de 2023, a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) recomendou à pasta que não estendesse o contrato, devido aos valores acima do praticado no mercado. Paulo Octávio, Bruno Tempesta, e outros ex-servidores da Secretaria de Saúde estão sob investigação.

Em sua defesa, Paulo Octávio alegou que o edital de chamamento público para a locação do imóvel destinado à sede da Secretaria de Saúde foi publicado em agosto de 2020, com a participação de seis empresas e apenas duas habilitadas.

Octávio explicou que o contrato de locação proporcionou um espaço de 14.109,74m² pelo custo de R$ 53,15 (o menor valor entre todos os locatários do edifício em destaque). Ele ressaltou que mais de 1.700 servidores estão acomodados no local, que recebeu investimento significativo da locadora, sem repasses de despesas para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Sobre as supostas trocas de mensagens, Octávio afirmou que, se existiram, ocorreram durante a vigência do contrato de locação, sendo comuns as comunicações entre locador e locatário visando manter a relação contratual harmoniosa.

Já Tempesta afirmou que não conhecia Paulo Octávio antes do contrato e negou qualquer desvio de conduta. Ele ainda explicou que os documentos enviados a Octávio não eram sigilosos e que a frase “missão dada é missão cumprida” é um jargão militar, ressaltando que não houve subordinação na relação entre eles.

Em relação à promoção para a patente de coronel do Corpo de Bombeiros, Tempesta esclareceu que não houve interferência de Octávio e que o processo de promoção é conduzido internamente pela instituição.

Desde que foi acionado pelo Ministério Público, Tempesta se colocou à disposição da Justiça e colaborou com as investigações, reforçando que todos os procedimentos seguiram os trâmites legais estabelecidos. Ele enfatizou que não houve desvio de conduta em suas ações.

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