PF rebate Nunes, cita vídeo e justifica pedido para seguir investigação sobre máfia das creches

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A Polícia Federal respondeu a Nunes, apresentando argumentos e justificando o pedido para prosseguir com a investigação sobre a máfia das creches. Na solicitação à Justiça, foram mencionadas diversas suspeitas a serem investigadas quanto à possível participação do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no esquema, incluindo a menção em um vídeo de uma investigada que afirma que ele teria recebido repasses ilegais provenientes de unidades educacionais desviados.

Há informações de que a PF optou por dar continuidade a um inquérito sobre o caso no mês anterior, visando investigar suspeitas de lavagem de dinheiro pelo atual prefeito em sua época como vereador na cidade. A Polícia Federal aguarda autorização judicial para dar seguimento às investigações.

A defesa de Nunes solicitou o arquivamento do caso, argumentando que a PF retomou o inquérito exatamente durante o período eleitoral, após cinco anos de investigação, repetindo conclusões do Ministério Público de São Paulo que não encontrou irregularidades nos mesmos fatos.

No despacho em que a PF justifica a continuidade da investigação, é mencionada a possibilidade de quebra de sigilo bancário e fiscal das principais pessoas físicas e jurídicas envolvidas, incluindo análise de transações realizadas com cartões de crédito.

O documento não especifica detalhes sobre os indivíduos envolvidos para evitar alertar possíveis investigados. A corporação contesta as alegações da defesa de Nunes e, além de pontos não esclarecidos, destaca o vídeo divulgado pela Folha de S. Paulo como parte de sua justificativa para dar sequência ao caso.

Nunes sempre afirmou que os pagamentos recebidos por ele e por uma empresa de sua família eram referentes a serviços de dedetização. Entretanto, em um vídeo, Rosângela Crepaldi contradiz essa versão, afirmando que foi um repasse e que Nunes nunca prestou serviços.

Segundo o advogado de Rosângela, William Albuquerque de Sousa Faria, ela gravou o vídeo por questões de segurança e sem a intenção de torná-lo público. A PF menciona que, após a divulgação do vídeo, foi revelado que empresas ligadas a Nunes teriam recebido valores das creches sem comprovação de prestação de serviços.

Em 2018, Nunes e a empresa de sua família receberam valores de uma firma considerada suspeita pela polícia de ser uma grande “noteira” da máfia das creches. A Justiça Federal revelou que houve transferências de valores através de cheques e para a empresa da família do prefeito.

Diante desses fatos, a PF considera necessário uma investigação mais aprofundada ou, conforme a defesa optar, a continuidade das apurações para esclarecer os acontecimentos.As relações de Nunes com a entidade Acria (Associação Amiga da Criança e do Adolescente), responsável por gerir creches conveniadas pela prefeitura na zona sul de São Paulo, têm sido alvo de uma série de questionamentos. A proximidade de Nunes com a entidade levanta dúvidas, especialmente diante do fato de que a então presidente da Acria, Elaine Targino, também seria funcionária da empresa Nikkey, conforme apontado pela Polícia Federal.

Dentre os questionamentos feitos, destaca-se o motivo pelo qual Nunes teria recebido valores diretamente em sua conta pessoal, bem como a razão pela qual uma empresa foi mantida em nome de familiares. Um funcionário da empresa em questão teria afirmado que os pagamentos eram feitos por meio de boletos, desconhecendo o uso de cheques, transferências bancárias ou notas fiscais.

Além disso, a polícia busca esclarecer o motivo pelo qual empresas identificadas como “noteiras” devolveram quantias vultosas à Acria, totalizando mais de R$ 1,5 milhão, e para onde esse dinheiro foi destinado. A PF descreve a postura da defesa de Nunes como agressiva e defende a continuidade das investigações, ressaltando os 116 indiciamentos já feitos.

A defesa, por sua vez, argumenta que não há indiciamento de Nunes e que as razões apresentadas para o desmembramento do caso pela PF não trazem qualquer novidade, além de apontar um excesso de prazo. Também é alegado que a manutenção do inquérito pode ser utilizada de forma eleitoral contra Nunes.

A equipe jurídica da campanha de Nunes afirmou que o pedido recente da Polícia Federal à Justiça, feito a apenas um mês das eleições após 5 anos de investigação, replica uma ação já realizada pelo Ministério Público de São Paulo em 2021. O comunicado destaca o arquivamento de um inquérito civil que concluiu pela inexistência de irregularidades por parte de Nunes e sua família.

Anteriormente, a defesa solicitou a exclusão de um vídeo mencionado em uma reportagem da Folha de S. Paulo. Inicialmente, buscava-se a remoção de links de diversas mídias, incluindo Metrópoles, Carta Capital e Poder 360. Posteriormente, a estratégia foi modificada, passando a solicitar apenas uma retificação do material, excluindo conteúdos com uso político e eleitoral nas redes sociais.

Nunes nega veementemente qualquer prática irregular e afirma nunca ter sido formalmente acusado no mesmo inquérito em que sua esposa, Rosângela, foi investigada. A divulgação do vídeo a dois meses das eleições é mencionada como uma ação surpreendente, e a defesa do prefeito se compromete a analisar as declarações para tomar medidas contra possíveis denúncias infundadas.

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